Mais um brasileiro é indiciado em esquema nacional de roubo de identidade

As contas falsas de aplicativos eram anunciadas nas redes sociais

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Contas fraudulentas foram criadas a partir do roubo de informações pessoais

O brasileiro Caio Felipe Oliveira dos Santos, 27, foi indiciado na quinta-feira, 27, em um grande júri na Corte Distrital Federal em Boston, Massachusetts, por uma acusação de conspiração para cometer fraude eletrônica e roubo de identidade agravado, por conspiração nacional para abrir contas fraudulentas em aplicativos de compras e de transportes de pessoas.

De acordo com a acusação, Caio Felipe e outros comparsas conspiraram para usar identidades roubadas e/ou documentos falsificados para abrir contas fraudulentas de motoristas que eram alugadas ou vendidas para imigrantes indocumentados que não tinham condições de trabalhar legalmente nos Estados Unidos.

Em maio de 2021, 21 brasileiros foram acusados e indiciados por conspiração para cometer fraude eletrônica, roubo de identidade e falsificação de documentos. Cinco deles já foram sentenciados, enquanto que os outros indiciados aguardam julgamentos.

A quadrilha criou milhares de contas em empresas de aplicativos de transportes, compras e entregas em nome de terceiros de quem haviam roubado informações e forjavam documentos que tinham imagens das carteiras de motoristas adulteradas onde colocavam em seus lugares fotos das pessoas para as quais vendiam ou alugavam as contas fraudadas, com a finalidade de ludibriar a tecnologia de reconhecimento facial das companhias de aplicativos.

Outras vezes as informações das carteiras de motoristas e números de Social Security eram compradas de hackers ou obtidas de modo fraudulento das próprias vítimas, que tinham suas carteiras de motoristas fotografadas quando faziam entrega de álcool e depois repassada aos indiciados. Outras vezes, os dados eram obtidos após acidentes de trânsito provocados intencionalmente. Como resultado do esquema, os Formulários 1099 do Internal Revenue Service (IRS) foram gerados em nomes das vítimas dos roubos de identidades, que teriam de pagar o imposto de renda sobre o que os conspiradores ganhavam com as empresas de aplicativos.

A acusação de conspiração para cometer fraude eletrônica prevê uma sentença de até 20 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e uma multa de US$ 250.000 ou o dobro do ganho ou perda bruta do crime, o que for maior. A acusação de roubo de identidade agravado prevê um mínimo obrigatório de dois anos de prisão, a ser cumprida consecutivamente a qualquer outra pena imposta. As sentenças são impostas por um juiz do tribunal distrital federal com base nas Diretrizes de Sentença dos Estados Unidos e nos estatutos que regem a determinação de uma sentença em um caso criminal.

Além de Caio Felipe Oliveira dos Santos, foram indiciados pelas autoridades judiciais Wemerson Dutra Aguiar, Priscila Barbosa, Edvaldo Rocha Cabral, Clovis Plácido, Guilherme da Silveira, Thiago de Souza Prado, Luiz Narciso Alves Neto, Flávio Cândido da Silva, Altacyr Dias Guimarães Neto, Itallo Felipe Pereira de Souza Correa, Julio Vieira Braga, Philipe do Amaral Pereira, Bruno Prôencio Abreu, Alessandro Felix da Fonseca, Saulo Aguiar Ponciano, Bruna Peixoto Colaço Ramos, Oliver Felipe Gomes de Oliveira, Waldemy Jorge Lima Wanderley Junior e Jordano Augusto Lima Guimarães. 

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros