Até quando seremos envergonhados por gente desonesta?

O pior é que pai e filho presos, não são os únicos que fazem tráfico de pessoas na comunidade brasileira

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A notícia das prisões de Jesse James Moraes e Hugo Giovanni Moraes – pai e filho, na terça-feira, 4, em uma operação federal em que documentos judiciais acusam a dupla de tráfico de pessoas – a popular coiotagem, lavagem de dinheiro e conspirações entre outros capítulos e artigos do código penal americano, repercutiu na imprensa americana de um modo jamais vista e caiu como uma bomba na comunidade brasileira, especialmente a que mora em New England. A foto da capa é da operação policial que prendeu pai e filho.

A circunstância é mais uma entre tantas más notícias envolvendo brasileiros nos últimos tempos e que inclui roubo de documentos para abrir contas fraudulentas em aplicativos de transporte e delivery; assassinos fugitivos da justiça brasileira; tráfico de pessoas, assassinatos e muita vigarice.

Todos estes fatos provocam ainda mais um sentimento anti-imigrante contra trabalhadores e pais de família que buscam ardorosamente realizar o sonho americano e ter dias melhores para si e suas famílias.

Em pouco menos de um mês a pergunta se imigrantes indocumentados devem de fato ter o direito de ter uma carteira de motorista cuja lei foi votada e aprovada pelo legislativo estadual constará na cédula de votação.

É de se esperar que a maioria dos eleitores dirão não, e o sonho há tanto tempo acalentado e bem perto de se concretizar, virará fumaça. Há sim, uma grande repercução negativa diante de tantos delitos praticados por gente como os Moraes, que mostram todo o seu desprezo pelas leis e pela sociedade americana. 

São tantos os golpes e as espertezas que é quase impossível enumerar cada um deles, por falta de espaço. Na maioria das vezes os malandros contam a com a omissão das vítimas que com medo de se expor não os denunciam para as autoridades.  

Já foi o tempo em que os brasileiros que aqui estavam eram somente gente interessada em trabalhar honesta e diligentemente. Hoje, há uma quantidade de espertalhões que fazem de conta que trabalham, mas que ganham dinheiro no mole, na mão grande, na lábia.

Agiotas, rufiões, ladrões, estelionatários, prostitutas, espertalhões, receptadores, traficantes, chantagistas e vigaristas de todas as espécies, estão infiltrados na comunidade, além de fugitivos das justiça brasileira, muitos deles assassinos condenados que buscam refúgio entre a gente honesta e trabalhadeira. 

Tem também os que alugam contas de aplicativos, contas que muitas vezes são obtidas a partir de documentos falsos ou roubados de alguém. Não foi surpresa alguma quando as autoridades resolveram fazer um rapa e prender uma das maiores quadrilhas desta modalidade de ganho fácil e para variar os brasileiros malandros foram os mais atingidos pelas medidas.

Com o aumento de brasileiros, começaram a surgir os crimes graves, como assassinatos, roubos, violência sexual e física, e quando os autores são apanhados, vão mofar por um bom tempo nas cadeias americanas. 

E os que dirigem bêbados e sem carteira de motorista? E é enganoso pensar que mesmo em época de pandemia, as coisas tenham diminuído. Em algumas cidades onde há muitos brasileiros já se evita circular em determinadas horas da noite por causa do medo de ser assaltado ou espancado. 

Isto sem contar a violência doméstica, que assola muitos lares e relacionamentos, e deixa as autoridades preocupadas com o aumento dela entre os brasileiros. Mulheres que sofrem verdadeiros martírios caladas e muitas delas perderam as vidas esfaqueadas com selvageria e fúria. Há que se contar também as gangues, que é outra coisa que merece cuidados especiais e os espancamentos cada vez mais frequentes que assustam e preocupam. É conveniente lembrar que os membros do Primeiro Comando de Massachusetts (PCM) foram julgados, condenados e estão presos cumprindo suas penas.

No entanto, para cada espertalhão e vigarista, há na outra vertente, gente honesta, trabalhadora, que mesmo não tendo documentos, levam vidas íntegras e fazem a diferença onde vivem. Há também prósperos empresários e empreendedores que geram empregos e  ganham importância nos seus ramos de negócios, homens e mulheres que fazem a diferença na sociedade. Há brasileiros trabalhando em funções importantes, inclusive para o governo e nas forças armadas. Estes merecem as devidas distinções. Que gente como os Moraes e outros malandros paguem pelos seus crimes e que sirvam de exemplo para quem quer ir pelo mesmo caminho… 

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros

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  1. Quando comecei a ler o texto pensei “achei um jornalista que escreve bem, sem erros de português e se comunica de forma claríssima, como Jehozadak Pereira”. É ele! Que saudade eu estava de ler um texto assim. Uma péssima notícia, uma verdadeira vergonha para nossa gente, mas escrita de forma tão profissional e humana.

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