Donos de restaurantes; brasileiros são presos em operação contra tráfico de pessoas

Família de coiotes lideravam um grande esquema de imigração ilegal

0
533

Uma operação que envolveu agentes da Homeland Security Investigations (HSI), do Department of Labor e de oficiais da Polícia de Woburn, Massachusetts, prendeu na manhã da terça-feira, 4, os brasileiros Jesse James Moraes, 64 anos e seu filho Hugo Giovanni Moraes, 42 anos em cumprimento a mandados federais de busca, apreensão de documentos, evidências e prisões.

Os Moraes, pai e filho são proprietários dos restaurantes The Dog House Bar & Grill e Taste of Brazil e foram acusados de tráfico de pessoas, que inclui encorajar e induzir um estrangeiro a entrar e residir ilegalmente nos Estados Unidos para obter ganhos ilegais, conspiração e falsificação de documentos.

Pessoas que foram trazidas para os Estados Unidos a um preço individual entre US$ 18 mil e US$ 20 mil eram empregados dos estabelecimentos e recebiam parcialmente em dinheiro valores abaixo do salário mínimo estadual até que pagassem suas dívidas. Também eram obrigados a pagar aluguel e outros serviços. Marcos Chacon, 29 anos, teria vendido documentos falsos para tais pessoas e por incentivar a reentrada ilegal de um imigrante que já havia sido deportado anteriormente.

Também foi acusado Chelbe Williams Moraes, irmão de Jesse James foi acusado por quatro delitos – conspiração para incentivar e induzir um imigrante a entrar ilegalmente nos Estados Unidos; obter ganhos financeiros; lavagem de dinheiro e conspiração. Chelbe que atualmente mora no Brasil foi indiciado em julho de 2021 e foi denominado nos documentos de acusação de chefe das operações de tráfico humano, da quadrilha da família.

Segundo os documentos de acusação, Chelbe e seus cúmplices traficaram pessoas para os Estados Unidos e fornecido a tais pessoas, documentos fraudulentos para que fossem usados em pedidos de asilo e obter autorizações de trabalho.

As autoridades nas investigações colheram depoimentos de diversas testemunhas e interceptaram conversas incriminatórias, além de gravar telefonemas o que reforçou as acusações contra Jesse, Hugo, Chelbe e Marcos Chacon.  

A acusação de encorajar, induzir, e conspirar para encorajar um estrangeiro a vir, entrar e residir ilegalmente nos Estados Unidos para obter ganho financeiro, sabendo e desrespeitando o fato de que tal vinda, entrada e residência é ou estará em violação da lei prevê uma sentença de até 10 anos de prisão, até três anos de liberdade condicional e uma multa de até US$ 250 mil. A acusação de ter conhecimento que um documento de identificação falso sabendo que tal documento foi produzido sem autorização legal prevê uma pena de até 15 anos de prisão, até três anos de liberdade condicional e multa de até US$ 250 mil. A acusação de reentrada ilegal de um estrangeiro deportado prevê uma sentença de até dois anos de prisão, até três anos de liberdade condicional e uma multa de até US$ 250 mil. As acusações de lavagem de dinheiro e conspiração de lavagem de dinheiro prevêem uma sentença de até 20 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e uma multa de US$ 500 mil ou o dobro do valor envolvido na transação, o que for maior. As sentenças são impostas por um juiz do tribunal distrital federal com base nas Diretrizes de Sentença dos Estados Unidos e nos estatutos que regem a determinação de uma sentença em um caso criminal.

Jesse James Moraes e Hugo Giovanni Moraes foram levados para uma audiência na US Distrital Court e ficarão detidos até a audiência de custódia.

Imagens: redes sociais

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros