Brasileiros e brasileiras

Não. Não somos o pior povo do mundo

0
135
Muito orgulho de ser brasileiro. Foto: Paulo Lopes Photography

As vezes me canso de ouvir afirmações do tipo “tinha que ser brasileiro”. Aliás, muito mais que me cansar, me irrita. Me irrita porque estas afirmações nunca são feitas com referência a elogios. Sempre que ouço a “maldita” afirmação ela é acompanhada de uma série de descrições dos desacertos, das falhas, das incoerências e das desonestidades do povo brasileiro. Não posso negar e nem pretendo, que as vezes as pessoas têm razão quando falam certas coisas sobre nosso povo; minha ojeriza é a generalização e o partidarismo. Vou explicar.

Primeiro, quando falamos assim, “só podia ser brasileiro”, estamos dizendo que tudo o que se faz de ruim só procede da cultura brasileira e do nosso jeito de agir e ser. E também que todo brasileiro faz o que é reprovável. Nada poderia ser mais longe da verdade. Quando generalizamos as ações de uma determinada raça estamos negando o fato de que em todas as raças, em todas as culturas, em todos os povos há virtudes também. Não existe tal coisa como “um povo sem virtudes”. 

Portanto generalizar é roubar de nossa herança cultural toda a sua beleza e valor, além de colocar todos os brasileiros em um único grupo. Existem inúmeros brasileiros que vivem uma vida decente, honesta, ética e extremamente útil à sociedade americana. Homens e mulheres de valor, que trabalham com honestidade, que contribuem para o bem social e o desenvolvimento desta nação. Em todos os setores e segmentos sociais encontramos a figura do trabalhador brasileiro. Desde o mais renomado hospital de Boston ao menor restaurante de uma cidade qualquer; do empresário ao pedreiro; pessoas de quem precisamos ter o maior respeito e admiração.

Meu segundo ponto é o partidarismo. Vejam; quando rotulamos nossa raça com as afirmações citadas acima, estamos dizendo que não existem coisas reprováveis em outros povos. Ora, nada mais longe da verdade também. Por exemplo: os Estados Unidos da América tem a maior população carcerária do mundo e não o Brasil. Crimes hediondos acontecem aqui em uma frequência muito maior que no Brasil. Atentados em massa, massacre em escolas e coisas do gênero, são raramente vistas no Brasil ou em outros países. 

Na Itália a prostituição, e a escravidão sexual é muito maior que no Brasil. Na França o número de pessoas que dependem da assistência governamental é tão grande quanto o Brasil e por aí vai. Mas o nosso povo teima em nos rotular de piores. Fico pensando se isto não é um legado da nossa colonização. Dos séculos de imposição de uma cultura européia que se opunha como superior e desvalorizava tudo o que era do “mundo novo” e das terras récem descobertas. Se estiver certo gostaria de aproveitar a oportunidade e lançar um desafio. Vamos virar este quadro. Vamos nos afirmar como povo, vamos propagandear nossas virtudes, fazer marketing dos nossos acertos, valorizar nossa cultura, premiar nossas conquistas e acima de tudo celebrar a bênção de ser BRASILEIROS.

Manoel Oliveira

Manoel Oliveira, D.Min, é pastor Presbiteriano ligado à P.C.A. Plantou e pastoreia desde 1999 a New Life Church em Framingham, Massachussets, USA. É casado com Ana Célia e pai de Sarah e Pedro. Conecte-se com o pastor Manoel Oliveira nas redes sociais: Facebook: fb.me/prmanoeloliveira Instagram: instagram.com/manoeloliveiranlc Youtube: youtube.com/c/prmanoeloliveira [...]