A nefasta mistura de futebol, política e corrupção

Um país de miséria moral e ética. Esse é o retrato atual do Brasil

1
230
A CBF é uma das entidades mais corruptas do futebol mundial

Assim é pela seleção brasileira. Torço por um time de uma entidade independente que representa meu país. 

Neto, ex-camisa 10 do Guarani, Corinthians e seleção brasileira, garante que sem Neymar o Brasil não ganha a Copa. Neto é um sujeito passional. Relevemos.

Neymar também usa a camisa 10, aquela que foi imortalizada pelo maior jogador de futebol de todos os tempos.

Na Copa do Mundo do Chile, em 1962, Pelé, com 22 anos, se machucou no primeiro tempo do segundo jogo contra a Tchecoslováquia, ao sofrer um estiramento muscular que o impediu de jogar o restante do torneio. Amarildo, ponta esquerda do Botafogo, foi o escolhido para substituir o rei e não decepcionou.

Mas o grande protagonista do Bi-Mundial foi Garrincha, no auge da sua forma física e técnica, aos 29 anos de idade. O craque do Fogão foi a grande estrela daquela Copa.

Tudo bem que aquela seleção era superior ao time atual cheio de jogadores comuns.

A questão relacionada a Neymar, que muita gente torce contra, não é só comportamental, mas também político. 

Porque esporte e política se misturam. São partes integrantes de qualquer sociedade minimamente organizada.

Ambos estão devidamente inseridos no contexto social em seus mais diversos aspectos culturais e econômicos.

Para simplificar: a Copa América no Brasil, no auge de uma pandemia, foi ou não foi um ato político?

O sequestro da camisa da seleção pelos partidários do atual governo, é ou não é um ato político?

Aliás, uma das causas dos defensores do atual governo, é o discurso anti-corrupção, mas utilizam, garbosamente, a camisa amarela da CBF, uma das entidades mais corruptas do futebol mundial.

Dos últimos quatro presidentes da entidade, três foram afastados por corrupção e o quarto por assédio sexual.  

No período mais sombrio do nosso continente, o futebol era usado descaradamente pelos criminosos fardados.

O documentário “Memórias do Chumbo – O Futebol nos Tempos do Condor”, produzido pelo jornalista e historiador Lúcio de Castro, revela o que foi as relações promíscuas entre o futebol e a ditadura militar tanto no Brasil quanto na Argentina, Chile e Uruguai.

Na década de 1970 existia uma máxima que dizia, “Onde a Arena vai mal, mais um time no Nacional”.

A Copa do Mundo do Catar, com dezenas de mortes, cercada de denúncias de corrupção, envolvendo dirigentes de várias federações e integrantes da FIFA, recentemente confirmada pelo ex-presidente da entidade, Joseph Blatter, foi ou não foi um ato político? 

Qual era o objetivo dos árabes em comprar uma Copa do Mundo? 

Neymar é da turma do atual presidente. Daquele que tirava sarro da pandemia e imitava pessoas com falta de ar. Que já falou, entre outras bobagens, que ninguém passa fome no Brasil. 

O mesmo que poderia ter salvo 400 mil brasileiros da morte se tivesse simplesmente feito o básico no combate ao coronavírus.

Neymar declarou voto e prometeu gol ao sujeito na estreia da Copa. O mesmo que governa um país com 33 milhões de pessoas passando fome e 125 milhões vivendo em insegurança alimentar. 

Hoje, são 20,3 milhões de crianças de até 14 anos na pobreza absoluta e um aumento recorde de mais de 60 milhões de pessoas que caíram para a linha de pobreza no atual governo.

Uma figura que exaltou do púlpito da Câmara dos Deputados, um criminoso como Stroessner, ditador do Paraguai, que violentava crianças e realizava bacanais com seus generais, onde as meninas virgens eram deixadas para ele. 

Pois Bolsonaro chama esse lixo humano de estadista e tem como livro de cabeceira, a biografia de um torturador que levava crianças para verem os pais torturados e não poupava nem mulheres grávidas.

Neymar e outros canalhas, como Renato Gaúcho, Rivaldo e Lucas, defendem um presidente que vai entregar um país quebrado. Sem dinheiro, com um rombo de mais de 400 bilhões de reais e um orçamento falso para o ano que vem.

Um governo que teve o desplante de cortar verbas da merenda escolar. 

Congelou os recursos no MEC sobre as atividades de várias pastas e também sobre universidades e institutos federais de educação, que vem, nos últimos quatro anos, sofrendo com cortes de verbas em todas os setores.

O Ministério da Economia divulgou, dia 30 de novembro, o detalhamento do corte de R$ 5,7 bilhões por ministérios. Os mais atingidos foram Educação, com R$ 1,396 bilhão bloqueados, Saúde, com R$ 1,435 bilhão, e Trabalho, com R$ 211 milhões.

O INSS, informou que não dispõem de recursos em caixa para pagar os aposentados até o final do ano. Já o IBAMA, está sem dinheiro para pagar contas de água, luz e demais custos básicos.

É um governo criminoso atolado até o pescoço em corrupção e incompetência.

Neymar defende essa gente. Ele e seus companheiros de seleção integram um seleto grupo dos endinherados distantes da brutal realidade brasileira, onde mais de 80% da nossa população é pobre.

Vivem na Europa de costas para o país. Completamente alheios a realidade brasileira. Incapazes de qualquer engajamento ou indignação.

Ao contrário, quando têm oportunidade adoram ostentar como jantar num restaurante chique e comer bife folhado a ouro 14 quilates. Além da total falta de noção, até onde eu sei, ouro não faz bem para a saúde.

Neymar representa esses caras. É o espelho deles. É a cara dessa seleção, que durante uma pandemia, que chegou a matar mais de mil brasileiros por dia, aceitaram jogar uma Copa América vazia.

Uma convocação rende bons frutos: contratos milionários com clubes e patrocinadores. É esse o motivo da preocupação deles, nenhum outro.

Foi o tempo que usar a amarelinha era motivo de orgulho. Hoje é apenas um grande negócio para o jogador e para o seu empresário. 

Dinheiro fala mais alto. Não tiro esse direito de ninguém. Mas também não posso deixar de mencionar que essa deformação de caráter não é apenas deles, mas de uma sociedade seletiva e hipócrita. 

Dizem que Neymar é um sujeito individualista, prepotente, arrogante, egocêntrico, mimado e nada humilde. Que carece de empatia como a falta de humanidade de seu amigo presidente. 

Ser ídolo envolve muito mais do que simplesmente correr atrás de uma bola. E convenhamos, hoje em dia são poucos.

Quando surge um menino como Richarlison vira manchete de jornais. Seus posicionamentos e falas ganham destaque na televisão. Consciente do que representa, sai em defesa das injustiças sociais e da violência do estado. O que deveria ser comum entre atletas, artistas e demais pessoas com influência popular em um país de terceiro mundo, vira algo diferenciado. Um grito isolado de alguns poucos.

Surgir um LeBron James nos Estados Unidos, não é algo raro. Já tivemos outros. Raro é um Sadio Mané. Raro é um Richarlison florescer num país de miséria moral e ética.

Gerald D

O gremista Gerald D escreve sobre artes, literatura, futebol e política com muita propriedade e consciência, o que reflete o seu gosto apurado pela boa leitura

1 COMMENT

  1. Texto que mostra a verdadeira cara de nossa Seleção. Infelizmente ainda tem Brasileiro que coloca Neymar num pedestal. Ele tem suas qualidades como jogador, como JOGADOR.
    Mas onde está escrito que dinheiro deixa a pessoa mais humana?
    Neymar é prepotente e gosta de ostentar.
    Neymar é tão Rico, que só tem dinheiro.
    Pobre menino Rico.
    GOSTEI MTO DO TEXTO. PARABÉNS!

Comments are closed.