Esse valadarense divertido, bem humorado e talentosíssimo virou meu braço direito e pau pra toda obra nas minhas produções teatrais aqui nos Estados Unidos. Desde a execução do cenário, até se multiplicar em mil personagens em cena, para cobrir a ausência de atores furões. Foi assim na ‘Paixão de Cristo’ em 2015. Ele foi Pilatos, João Batista, discípulo… saía de uma cena, entrava na outra e o texto sempre ao pé da letra. Ele já foi Lobo Mau, urso, imigrante, apresentador, menino, rei, anjo, vilão, Nutcracker, Herodes, Papai Noel… sempre esbanjando talento e criatividade.
Ele conta histórias divertidas, é fiel até dizer chega e nessa pandemia, de vez em quando ele me liga e diz: -“Edel… Vamos voltar a fazer teatro… Tô com saudade do palco”. Um dia, num ensaio em minha casa, num frio de tremer o queixo, fiz canjiquinha e lhe ofereci. Ele disse: -“Lá em casa, ninguém toma canjiquinha depois das 7 da noite. Minha tia comeu canjiquinha e morreu do coração. Claro que essa história entrou em ‘Os Silva na América'”!
Me lembro que perdeu seu pai, quando apresentamos ‘O Doente Imaginário’, (se não me engano) e ele desempenhou seu papel com o mesmo entusiasmo de sempre e só no final de tudo soubemos que sofria sua perda calado.
Valter Américo é um ator brilhante, uma pessoa essencial em minha vida e na vida de muita gente. E claro… merece o nosso carinho e nosso aplauso! Viva o Valter! Vivaaa!