Fico cada dia mais impressionado com a força que a opinião das pessoas exerce sobre nós. Desde a maneira com que nos vestimos, ao que lemos, práticas esportivas, lugares que frequentamos, o que consideramos como bom e aceitável, enfim. É impressionante como até as músicas que ouvimos são determinadas, na maioria da vezes, por um padrão que tem a ver com o que faz parte da época; isto para não dizer “moda”.
Por falar em moda, no que tange a maneira de vestir, aí a pressão é ainda maior, pois se um estilo, cor ou tamanho não faz parte daquilo que é mostrado pelos jornais e revistas e ninguém aparece vestido com algo semelhante na televisão; torna-se proibitivo o uso. Os armários estão abarrotados de roupas que “não podem mais ser usadas” porque não fazem parte deste “aceitável” estilo.
Nunca questionamos quem dita o que se deve ou não usar, gosto, estilo, etc. A questão é: todos estão usando ou não? Até certo ponto confesso que consigo entender, mas o que me incomoda é a escravidão que este padrão comportamental coloca em tantas pessoas. Agir e viver segundo a opinião de uma sociedade cujos valores nem sempre se encaixam com o seu é no mínimo entregar sua vida ao governo de outros. Aliás, não é nem um governo no senso bom da palavra, melhor seria se usasse a palavra domínio. Não somos mais o que gostaríamos, tentamos ser o que os outros aprovam. Tentamos porque nem sempre conseguimos. Vivemos para satisfazer os outros ao invés de nós mesmos.
A opinião alheia tem força de lei e determina até mesmo nossas escolhas que deveriam ser fruto da compreensão que temos da vida, baseado em nossa formação cultural, religiosa, familiar e mesmo académica. Questiono o fim do “eu gosto” porque outros não acham legal. Questiono a massificação do aceitável, do bom, do correto e justo. Questiono porque massificar não agrega necessariamente valor a nada.
A individualidade é nosso mais precioso bem. Poder exercitar seu direito de escolha é uma dádiva de Deus e uma garantia da lei dos homens. Viver para agradar os outros encerra sua vida na escravidão, esvazia a mesma de significado e beleza. Não estou dizendo com isto que você deve viver como um alienígena, ou alguém que saiu das páginas de um livro de história medieval. Saber discernir a era que vivemos, ser moderno, capaz de contemporanizar nossa história, não é apenas necessário mas demonstração de sabedoria.
Aliás, este conceito não é apenas sociológico, ele é bíblico antes de mais nada. Em sua carta a igreja em Roma o apóstolo Paulo desafia as pessoas a não se conformarem com a era, tempo, período, conjunto de ideias prevalecentes em uma época, mas desafia-os a se deixarem transformar, renovar suas mentes, atualizar seus pensamentos para que então eles pudessem usufruir de um estilo de vida gratificante, bom e acima de tudo agradável a Deus. Se olharmos por esta ótica a questão não é que roupa vestimos, música que ouvimos, conceitos que aceitamos, etc, mas sim, de onde vem a orientação para estas nossas atitudes e posturas. Pare pra pensar um pouco sobre isto.