O Brasil que nunca empolgou, decepcionou de vez

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Para falar a verdade, em momento algum nesta boa Copa do Mundo que termina no domingo, 13, o Brasil empolgou a torcida e os críticos por causa do futebol apresentado. A seleção passou aos trancos e barrancos pelas fases iniciais e nos mata-matas e topou com a organizadíssima Alemanha e levou a maior goleada da sua história.

A seleção brasileira, outrora respeitada sucumbiu a má fase de jogadores importantes como Paulinho, Oscar e Fred que foram importantes na conquista da Copa das Confederações no ano passado, além de viver do talento e do esforço de Neymar, de longe o jogador mais marcado e caçado deste Mundial.

Com os nervos e as emoções aflorando a toda hora, o time do técnico Luiz Felipe Scolari foi trôpego, hesitante e claudicante e termina com o maior número de gols levados pelo Brasil em copas do mundo. Os nossos jogadores choraram a toda hora a ponto de a comissão técnica chamar uma equipe de psicólogos para trabalhar as emoções do grupo. Não se sabe se sabe o que conversaram, mas a julgar pelos resultados diante da Alemanha – 7×1 e da Holanda – 3×0 não surtiu muito efeito não.

Se Neymar carregou o time nas costas enquanto esteve em campo, fora dele mostrou o quanto os jogadores convocados não ofereceram opções qualitativas ao treinador brasileiro. Se bem que substituir talentos como Neymar não é tarefa para qualquer um, ainda mais numa seleção nacional.

Copa do Mundo 1
Júlio César, um dos homens de confiança do treinador não decepcionou. Já Fred…

Copa do Mundo 1Faltou coragem ao técnico que se ateve à palavra empenhada com Fred e mesmo contra tudo e contra todos Scolari manteve o centroavante no time, mesmo que ele tivesse levado para a seleção a má fase que viveu no seu clube. Já com Júlio César, o outro dos eleitos por Scolari as coisas correram bem mesmo com o goleiro tendo feito poucos jogos na temporada, no indigente e primário futebol do Canadá. Poucos jogadores se salvaram do naufrágio de 2014 e uma renovação é mais do que necessária. David Luiz e Neymar para o time titular e Willian, Oscar, Hulk, Hernanes, Bernard e Ramires para compor o elenco e olha lá. É premente e urgente a começar pelo comando do futebol brasileiro que como se sabe desde sempre é chefiado por um bando de velhacos, depois entregar o comando do time para uma comissão moderna, atualizada tática e tecnicamente que tenha compromisso em escolher e preparar os melhores para que jamais o Brasil passe por vexames como os que passou diante de Alemanha e Holanda.

A grande realidade é que a nossa seleção não estava adequadamente preparada para tamanho desafio de vencer a Copa do Mundo e os dois últimos jogos trataram de mostrar isto de forma incontestável em todos os aspectos.

Precisamos urgentemente voltar para o final da fila e aprender principalmente lições de humildade e simplicidade, sem declarações ufanistas e despropositadas como a de Carlos Alberto Parreira de que o Brasil tinha uma das mãos na taça. Não tinha não e isto ficou evidente.

Os jogadores brasileiros na sua imensa maioria jogam na Europa e ganham com justiça seus milhões de dólares em fabulosos contratos e estão mais do que acostumados a pressão e rígidos códigos de conduta dentro e fora do campo e talvez a partir de agora descubram que não são mais imbatíveis.

Copa do Mundo 3
Scolari não sabe se fica. Se ficar é premente que se organize, atualize e faça um planejamento urgente do futuro

Scolari e sua comissão técnica não são os responsáveis pela catástrofe, principalmente o técnico que tem bons serviços prestados ao futebol brasileiro, mas é preciso sim uma revisão urgente nos seus conceitos. Justificar tudo como um simples apagão que tem tudo para virar a palavra da moda é errado, pois o futebol brasileiro já apagou faz tempo e só a cartolagem é que não se deu conta ainda. Derrotas não são o fim, desde que se tire lições delas e o futebol brasileiro deve ter humildade e determinação para fazer um vitorioso recomeço que coloque-nos no topo do mundo novamente.

Ou seja, a conclusão é que preparamos a festa que tinha tudo para ser nossa para outros melhores e mais organizados dentro e fora do campo…

 

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros