CIÚME como causa da violência doméstica

As redes sociais potencializam o sentimento do ciúme

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Desconfiança, agressividade e possessividade são algumas das características de quem sente ciúmes

Um dos grande problemas na vida de um casal é o ciúme desenfreado que não respeita nada e cujo resultado é via de regra atos e atitudes que provocam violência doméstica, psicológica, assédio moral e agressões. Este tipo de violência atinge mais as mulheres, mas há sim homens ciumentos e de qualquer forma e modo, é aviltante e deve ser tratada.

Quem não conhece pelo menos uma história de ciúmes? Quando não a sua própria história de vida. O caso narrado a seguir, aconteceu há muitos anos e embora com nomes trocados, os personagens, os fatos e a narrativa são reais.

Geraldo, se recordava que fora foi feliz até o dia que conheceu Dalva e se enamorou por ela, paixão que o levou ao casamento meses depois. A partir daí foram vinte e cinco anos de muita raiva e frustração contida, pois Geraldo nunca foi homem de explodir ou de reclamar, mas, poucos homens queriam estar no seu lugar.

Dalva sofre de ciúme patológico e transformou a vida da família num verdadeiro centro de torturas por causa das suas constantes explosões e cenas que não escolhiam hora, lugar, data ou mesmo motivo. A viagem de férias a Governador Valadares no Natal de 2006 foi abortada logo na primeira semana, porque uma prima que Geraldo não via há anos o beijou e o abraçou, motivos suficientes para que móveis, pratos e copos fossem quebrados, roupas rasgadas e a prima colocada para correr sem a menor cerimônia. 

Geraldo perdeu a conta das vezes que trocaram de igreja e de casa por causa das suspeitas da mulher. Os três filhos foram crescendo e vendo tudo, e nem quando vieram todos para os Estados Unidos em 1994 a coisa acalmou.

Sem ter vida social porque na medida que as pessoas se aproximavam do casal, logo as mulheres eram acusadas de dar em cima de Geraldo, e até a namorada do filho mais velho preferiu nunca mais voltar na casa por causa de Dalva, que tinha ciúmes até das filhas.

A cena decisiva foi por causa de um atraso de Geraldo na hora de voltar para casa. Ao passar por uma das lojas brasileiras da cidade onde mora, Geraldo encontrou com um amigo dos tempos da juventude e perdeu alguns minutos conversando com ele e não atendeu o telefone celular que havia ficado no carro.

Dalva o esperava na porta da casa e explodiu por causa da desconfiança de que o marido a estava traindo e por causa disto rasgou as roupas do marido, além de agredí-lo e tentar colocar fogo no carro dele. O resultado foi mais um escândalo na vida deles. Quando a polícia e os bombeiros chegaram para apagar o fogo, Geraldo minimizou o fato e não prestou queixa contra a mulher, mas naquela tarde, junto com os filhos tomou a decisão de dar um basta naquilo tudo e foram embora deixando Dalva sozinha.   

Nos dias seguintes Dalva o perseguiu, ameaçou, pressionou até que ele foi a Corte e pediu o divórcio, sem se importar com as ameaças da ex-mulher. Os filhos foram morar com ele e pela primeira vez em anos conseguiram rir e se divertir sem medo do que a mulher pudesse pensar ou achar.

Ao longo da história da humanidade o ciúme tem destruído lares, rompido com amizades, acabado com laços familiares, e invariavelmente não tem sido tratado com a devida atenção. O ciumento duvida de tudo e de todos, exaspera-se, o ciumento tem medo de perder. 

São maridos com comportamentos bruscamente alterados em relação à esposa, após o nascimento do primeiro filho. São esposas que não suportam ver o sucesso de seus maridos; mães que agem com as suas filhas, como se elas fossem suas inimigas, ou são irmãos que passam a vida se digladiando e disputando a atenção dos seus pais a qualquer preço. São homens e mulheres possessivos que se agridem, se destroçam e até se matam, tudo por causa do ciúme. 

O ciumento tem medo de perder. Chora, pede perdão e torna a fazer de novo, e pior. Ao procurar as razões do ciumento, vamos encontrá-lo mergulhado desde a sua infância com ciúmes de seus carrinhos, suas bonecas, dos seus pais, do seu cachorrinho de estimação. Invariavelmente o ciumento tem baixa-estima, e julga-se ultrajado, desprezado e é extremamente possessivo. Ao se relacionar no casamento, com o seu cônjuge ele o tem como sua propriedade exclusiva e torna a vida em comum um suplício e um tormento para ambos.

É comum o cônjuge do ciumento passar a vida toda justificando o que não fez, e somente o faz para ter ou obter um pouco de paz, e pensa que no dia seguinte tudo vai voltar ao normal. 

Quantas vezes são acusados sem nada ter feito, ou condenados sem culpa alguma. Por conta disto o ciumento vai vigiar, revistar bolsos, escutar conversas, vasculhar o e-mail e telefone, ler mensagem por mensagem no WattsApp, revirar as redes sociais, fuçar nas mensagens de texto, checar as ligações e em alguns casos até verificar o GPS do carro, para saber o que o parceiro ou parceira anda fazendo no dia a a dia, tudo na tentativa de “descobrir” uma infidelidade. 

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Levi André de Azeredo
Terapeuta e conselheiro que desenvolve trabalhos com adolescentes, suporte para casais, solteiros e nas áreas traumáticas. Trabalha com pessoas com vícios sexuais e exerce parceria em ministérios que ajudam vítimas de tráfico humano e prostituição.

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros

1 COMMENT

  1. Concordo com tudo isso.
    Mas na literatura académica este motivo de violencia domestica é desprezado – e é o principal fator

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