A terceira estrela

A conquista do Mundial do Catar 2022, reafirma Lionel Messi como o maior futebolista da atualidade

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A Argentina de Lionel Messi conquistou a Copa do Mundo 2022. Foto: Shaun Botterill - FIFA/FIFA via Getty Images

Torci pela Argentina por inúmeras razões. Torci para o digno e merecido campeão. A seleção que jogou o melhor futebol dessa Copa. A versão contrária da seleção da CBF, o time fantasiado do Tite, que nunca jogou um grande futebol. Sempre no limite máximo. Sempre com a corda esticada. 

Venceu a seleção de Messi, um ser humano normal. Mortal como todos nós. Que joga simples. Não inventa, como deve ser a política de todo craque. Faz sempre o estritamente necessário. Usa todo seu potencial técnico para o sucesso do time. 

Messi é o melhor jogador do mundo!

Uma seleção que possui uma conexão com a torcida nada igual. Uma relação que ficou distante entre torcida brasileira e sua seleção nos últimos anos. Provocada essencialmente, por um grupo de jogadores alienados e totalmente afastados da realidade do povo brasileiro.

Quando estavam morrendo mais de mil brasileiros por dia, lá estavam eles disputando uma Copa América vazia para agradar um governo omisso e criminoso.

Torci pela Argentina porque ela representa o meu continente. A terra abençoada onde nasci. 

Torci para que Messi fizesse um grande jogo a alcançasse o pódio merecido dos grandes campeões.

Foi uma vitória de uma parte do planeta. De todos nós e não somente dos hermanos.

Uma conquista da resistência. De um povo que não desiste nunca. Que jamais se entrega. Que não se cansa. Que luta de cabeça erguida sempre, orgulhoso de suas origens, até o fim.

E essa percepção ficou clara na final dessa Copa. A entrega e a determinação argentina foram contagiantes, quando tudo parecia perdido. Quando ficava evidente o desgaste e o cansaço dos jogadores em campo. Mesmo assim, a palavra desistência continuou abolida entre todos. Vamos morrer lutando, como diria Simon Bolívar, orgulhoso. 

Torci e festejei pela Argentina e por todos nós, latino americanos. Que acreditamos num mundo mais fraterno, sem armas, sem violência, sem ódio, onde o amor prevaleça sempre.

Somos uma gente que sonha e acredita. Onde a igualdade e a fraternidade estejam sempre presentes como norte de nossas vidas.

Nossa diversidade cultural marcada como o nosso maior legado e símbolo de nossa persistência e determinação. 

Torci por uma seleção de espírito socialista, consciente do seu papel numa região tão desigual e explorada criminosamente.

Uma seleção que nunca se afastou da sua relação com o país e seu povo. Uma seleção que sempre esteve ao lado da democracia e nunca se esquivou de manifestar suas posições na escolha do lado certo, do lado da justiça e dos direitos humanos.

O legado vivo de Maradona se fortalece em cada gol, em cada vitória. Em cada disputa no campo de jogo. Em cada gesto. Em cada palavra identificando uma cultura, suas tradições e sua história.

Essa vitória de todos nós da América do Sul é também uma resposta ao mundo e aos europeus, que apesar do dinheiro e de seu alto poder aquisitivo, fruto da exploração desmedida e violenta do passado sobre o nosso continente e em outras civilizações, ainda somos nós, nós da America do Sul, o continente pobre que mais exporta jogadores para iluminar os gramados do futebol mundial, que praticamos o mais vistoso, o mais belo, o melhor futebol.

Argentina tri-campeã! Merecida e digna do futebol de nosso continente. Um legitimo campeão do mundo!

Que venha a terceira estrela sobre um escudo honrado.

Gerald D

O gremista Gerald D escreve sobre artes, literatura, futebol e política com muita propriedade e consciência, o que reflete o seu gosto apurado pela boa leitura