A pesada mão da lei

No meio de tanta gente honesta e trabalhadora, há os que optam pela criminalidade

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Imigrantes são criminalizados de diversas formas. A mais comum é a ilegalidade. Foto: ICE

Uma das primeiras coisas que precisamos aprender quando chegamos aos Estados Unidos é que somos estrangeiros e portanto, temos que obedecer às leis e regras locais independentemente de ter documentos ou não. A sociedade americana é formada por um conjunto de regras e normas que fazem com que o cidadão seja forçado muitas vezes a obedecer, sob pena de não o fazendo, pagar caro pelo desatino.

Nos últimos tempos, milhares de brasileiros, entre outros povos têm desembarcado nos Estados Unidos na busca de uma vida melhor e mais digna. Porém, desta nova leva de imigrantes percebe-se que o nível de escolaridade e suas origens são diferentes de outras ondas de imigração para cá, sem demérito algum dos que chegaram antes. Hoje, o que se vê são brasileiros que desconhecem as leis e as regras de onde pisam e muitas vezes se dão mal. Outros querem escolher onde, como e com o que trabalhar, ignorando que precisam pelo menos ter noção básica do que estão fazendo. Este caminho aqui na América é cheio de surpresas e isto merece sempre uma reflexão profunda.

Isto faz pensar na nossa gente, que as vezes fica deslumbrada com os encantos fáceis da América e não se dá conta das muitas armadilhas que estão soltas pelo caminho. Armadilhas que podem ser ganhos fáceis motivados pela ganância e pela esperança – vã – de enriquecer ilicitamente. Uma prova disto, foram os brasileiros presos por falsificação e roubo de documentos para criar contas em aplicativos de compras e transporte, que é crime federal; os golpes variados continuam a ser aplicados em pessoas ingênuas que são ludibriadas na sua boa fé. 

São tantos os golpes e as espertezas que é quase impossível enumerar cada um deles, por falta de espaço. Na maioria das vezes os malandros contam a com a omissão das vítimas que com medo de se expor não os denunciavam para as autoridades. Já foi o tempo em que os brasileiros que aqui estavam eram somente gente interessada em trabalhar honesta e diligentemente. Ainda hoje, há uma quantidade de espertalhões que fazem de conta que trabalham, mas que ganham dinheiro no mole, na mão grande, na lábia.

Agiotas, rufiões, ladrões, estelionatários, prostitutas, espertalhões, receptadores, traficantes, chantagistas e vigaristas de todas as espécies, estão infiltrados na comunidade, além de fugitivos das justiça brasileira, muitos deles assassinos condenados que buscam refúgio entre a gente honesta e trabalhadeira, além de profissionais de diversas áreas que cobram o que querem, se aproveitando da boa fé da nossa gente. Sem contar a polarização política aqui e no Brasil.

Com o aumento de brasileiros, começaram a surgir os crimes graves, como assassinato, roubos, violência sexual e física, e quando os autores são apanhados, vão mofar por um bom tempo nas cadeias americanas. 

As mazelas que atingem imigrantes, principalmente os que são indocumentados são muitas e atingem pessoas de diversas nacionalidades. Há também os políticos oportunistas como o ex-presidente Donald Trump e o governador da Flórida Ron DeSantis, ambos em campanha para a Casa Branca e criminalizando a imigração ilegal, como se o trabalhador fosse o principal culpado por tudo o que acontece de ruim nos Estados Unidos.

Evitá-las, exige bom censo, que nem sempre é visto na nossa gente, que fica a mercê das oportunidades nem sempre éticas que aparecem para cada um. Com isto tudo vai se vivendo do jeito que pode, driblando as armadilhas e as pedras que surgem aqui ou ali. Mas não deveria ser assim, mas infelizmente é. Podia ser diferente, muito diferente. Há na nossa comunidade gente boa, honesta, trabalhadora e de destaque. A estes o incentivo que continuem neste caminho. Já os que optam pelo caminho errado, a mão pesada da lei…

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros