Ouço esta pergunta diversas vezes durante minha semana de trabalho. Pessoas me perguntam por que fazem o que fazem, ou deixam de fazer o que deveriam. Por que reagem desta ou daquela maneira diante de situações que nem mesmo demandam tal atitude. As respostas que estas pessoas ouvem de outros são as mais diversas. Algumas apontam para a dificuldade inerente da vida. A vida não é fácil para ninguém. Outras fazem uso do antigo subterfúgio da transferência, sou assim devido a minha família. Fiz isto porque tal pessoa me levou, fiz porque todos fazem.
Enfim, as desculpas são muitas. Minha pergunta é a seguinte: em um processo de mudança, quais são os passos que devemos ter? Vou explicar. Se entendo que minha vida não está da maneira que gostaria, em qualquer área que seja, preciso traçar um plano de ação para virar o jogo, não é mesmo? Este plano no meu ponto de vista, passa por alguns princípios.
Primeiro: avaliação. Clara, fria, crítica e profunda, para detectar onde realmente eu me encontro. Para tanto creio que a ajuda de uma outra pessoa é extremamente útil nesta parte do processo. Somos tendenciosos a fazer sempre uma auto-avaliação mais positiva do que deveríamos. Pesquisas mostram nossa tendência em dar uma nota mais alta do que realmente merecemos. Perceber minhas ações é o passo inicial em um processo de cura e mudança.
Segundo: compreensão da minha responsabilidade. Sou o único responsável por minhas ações. Por melhor ou pior que sejam, sou eu que decido o que quero ou não fazer. Influências externas podem promover minhas ações, mas nunca em detrimento da minha participação. Portanto, olhar para a vida e culpar outros por aquilo que está te acontecendo, ou com o que faz, é um processo de fuga que jamais vai te transformar. Mesmo porque, minha única capacidade de mudança real é a da minha própria vida. Não posso controlar outros mas posso sim, e devo, me controlar.
Terceiro: determinar um plano de ação. A Bíblia Sagrada diz assim: “aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisto está pecando”. A omissão é um erro tão grande quanto a ação. Saber onde você está falhando, fazer um diagnóstico preciso de suas limitações, perceber seus vícios e atitudes destrutivas sem um plano claro e determinado de como mudar a situação, não vai ajudar em nada.
Pessoas me dizem: “sei que sou gastador e esta é a razão pela qual estou sempre endividado”. Mas quando eu pergunto o que estão fazendo a respeito desta percepção, a resposta é quase sempre a mesma, nada. Saber reconhecer seus erros e defeitos é importante como parte de um processo de mudança. Se o doente souber identificar com precisão o mal que está sentindo mas não procurar ajuda médica, ele pode vir a falecer, mesmo com todo o conhecimento sobre sua situação.
Por isso, digo sempre que posso, você é assim porque se permite ser assim. Empenhe-se hoje em mudar. Determine que não será mais desta maneira. Faça uma análise de você mesmo, encare sua responsabilidade e desenvolva um plano de ação. Como disse antes: “a vida é realmente difícil”, mas estou certo de que com esta atitude a sua pode passar por uma mudança considerável!
