Polícia Federal faz operação contra tráfico de pessoas no Leste de Minas Gerais

Com parentesco forjado, menores de idade eram usados para facilitar a entrada nos EUA

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Operação visou ação de coiotes que promovem tráfico humano. Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou na segunda-feira, 5, a Operação Terminus-México no combate ao crime de imigração ilegal e tráfico de pessoas.

Três pessoas foram presas na operação. Foto: Polícia Federal

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão preventiva e um mandado de prisão temporária em Engenheiro Caldas, Piedade de Caratinga, no Leste de Minas Gerais; em Belo Horizonte e em Guarulhos, Estado de São Paulo. Todos os mandados foram expedidos pelo Juízo da 2ª Vara da Justiça Federal de Governador Valadares, que também determinou o bloqueio de valores aproximados de R$ 26 milhões.

Os investigados são apontados como os responsáveis por promover a imigração ilegal de brasileiros, com a finalidade de obter vantagem econômica, para os Estados Unidos, pelo esquema conhecido como ‘cai-cai’, e de ameaçar familiares que não pagavam as quantias combinadas para promover a viagem ao exterior.

Cerca de R$ 26 milhões foram bloqueados pela Justiça. Foto: Polícia Federal

Apurou-se que mais de 250 brasileiros (incluindo aproximadamente 100 menores de idade) imigraram ilegalmente com o auxílio da quadrilha de criminosos atravessando a fronteira mexicana, expostos aos riscos do deserto e das ações dos coiotes que os conduziram até os Estados Unidos. Ainda de acordo com as investigações, a quadrilha orientava que as pessoas viajassem com menores de idade, que nem sempre eram seus filhos, e documentos eram falsificados para comprovar parentesco e com isto ter a entrada facilitada nos Estados Unidos.

A quadrilha de coiotes cobrava cerca de US$ 25 mil para chegar ao México e supostamente conseguirem chegar à fronteira americana através do deserto e do Rio Grande. Uma vez na fronteira, as pessoas se entregavam aos agentes do Border Patrol (BP) – o ‘cai-cai’.

A quadrilha atuava também em cidades do Vale do Rio Doce e os criminosos indiciados responderão pelos crimes de promoção de imigração ilegal, inclusive de criança ou adolescente, e associação criminosa, podendo, se condenados, cumprir até 14 anos de reclusão.

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros