O inaceitável comportamento de – alguns – brasileiros

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As coisas não andam nada bem para os imigrantes, com o enforçamento de leis que já existiam. O certo é que muita gente, e no que nos toca o nosso povo brasileiro é que não ajuda em nada.

Com a chegada do verão é de se esperar que muitos brasileiros comportem-se inadequadamente em lagos, praias, churrascos, festas, bares, e onde mais puderem desfilar seus maus modos, que terminarão para respingar na maioria que não tem nada a ver os irresponsáveis de sempre.

Fabio Dutra
Bêbado, Fabio Dutra colidiu com outros carros e fugiu do local do acidente. Foto: Framingham Police Department

Bebedeiras e direção
No domingo, 11, em Framingham, Fabio Dutra, 39 anos, colidiu com outros três carros, feriu uma pessoa e fugiu a pé. Localizado pouco depois na sua residência pela polícia da cidade, Fabio estava em outro veículo e negou que estivesse na direção do carro abandonado. Afirmou que havia emprestado o carro a um amigo. Confrontado pela polícia, Fabio admitiu que era ele quem dirigia o carro acidentado. Submetido a testes de campo, Fabio disse que havia bebido duas cervejas e um copo de uísque, tinha o teor alcoólico de .14 quando o limite legal é de .08. Posteriormente, Fabio se disse arrependido e pediu desculpas.

Outros casos rumorosos foram protagonizados por Eduardo da Silva, que na madrugada do dia 21 de maio, dirigindo bêbado e sem carteira de motorista colidiu com duas viaturas da Massachusetts State Police e feriu o motorista de um outro veículo que havia sido abordado pelos oficiais. Uma semana depois foi a vez de Vairo Martins, também bêbado e sem carteira de motorista atropelar uma mulher que atravessava uma rua em Stoughton.

 

Fernando Rodrigues
Fernando Rodrigues estava tão bêbado que dormiu no volante do seu carro em pleno cruzamento. Foto: reprodução YouTube

Bêbado e mascarado
Em uma gelada e chuvosa madrugada de fevereiro de 2015, oficiais do Barnstable Police Department prenderam o brasileiro Fernando Rodrigues, 28 anos, por dirigir bêbado e sem carteira de habilitação. A polícia foi chamada depois que alguém viu o brasileiro caído na direção do seu carro em um cruzamento em Hyannis. Ao chegar ao local, os oficiais abordaram Fernando Rodrigues e se surpreenderam ao vê-lo com uma máscara do que parecia ser parte da fantasia do Batman ou do Kato em Green Hornet. Foi a segunda prisão do brasileiro por dirigir embriagado. Rodrigues teria ido a uma festa a fantasia e bebido. Pelo sim, pelo não, Fernando Rodrigues foi detido. Um vídeo da abordagem, testes de sobriedade de Fernando Rodrigues, foi postado no YouTube.

Brigas e confusões
No último rodeio em Brockton, uma série vídeos de brigas e confusões tomou conta das redes sociais. Havia de tudo. Bêbados apanhando de várias pessoas. Mulheres brigando entre si. Valentões engalfinhados em verdadeiras batalhas protagonizando histórias lamentáveis e chocantes. A organização do Rodeio negou que as brigas e confusões tenham acontecido neste ano, o que é ainda mais lamentável porque mostra o nível de educação dos brasileiros em qualquer ajuntamento de pessoas. Pouco importa se é deste ano ou não e que tenham acontecido em outra manifestação. O certo é que nossa gente carece de noção do que é certo ou errado. Os organizadores não tem nenhuma responsabilidade sobre o comportamento das pessoas, principalmente depois de algumas cervejas.

Violência doméstica
Nem a ameaça velada de deportação ou de uma temporada na cadeia parece arrefecer a sanha furiosa e desmedida de quem agride seus pares. Basta conversar com quem ajuda pessoas vítimas de violência doméstica para se espantar com a seriedade e gravidade dos casos que acontecem na comunidade brasileira. Fatos tenebrosos de violência são assustadores. Há ainda o agravante de mulheres – principalmente – que sofrem e apanham caladas por receio de denunciar seus companheiros, maridos ou namorados com receio de que estes sejam deportados e elas tenham que arcar sozinhas com as responsabilidades de criar os filhos. Há também a violência entre casais do mesmo sexo e de mulheres contra homens. Nem sempre a busca de ajuda especializada e legal minora o problema.

Xixi no café em Hyannis
Em março de 2006, dois brasileiros foram pegos urinando e cuspindo nos cafés de clientes em uma cafeteria que trabalhavam em Hyannis, Massachusetts. Imediatamente foram demitidos e presos, mas o boato de que a imigração daria batidas e fazer um limpa geral na cidade e na vizinhança, por causa dos atos dos dois irresponsáveis, provocou apreensão e pânico.
Ou seja, todos os brasileiros que trabalhavam e ganhavam o seu pão honestamente e contribuíram para o crescimento da economia na região pagaram o pato injustamente. O acontecimento ganhou as ruas, as páginas dos jornais e o noticiário, os brasileiros passaram a ser olhados pela maioria com extrema desconfiança. E os reflexos foram sentido por muitas pessoas.
A também brasileira Maria José dos Santos, trabalhou por muitos anos cuidando de um casal de idosos, sem que tivesse qualquer reclamação por pequena que fosse da filha do casal, numa cidade da região. Com a divulgação do incidente pelos jornais, ela foi despedida sem que lhe fosse dada qualquer explicação. E ela não foi a única a perder o seu emprego por causa disto. Acontecimentos como este jogam sobre toda a comunidade um manto de desconfiança e suspeita, que em muitos casos jamais vai desaparecer. Com o passar do tempo, as coisas voltaram a normalidade, mas o certo é que muitos pagaram pelo desatino de dois irresponsáveis.

Atropelamento de policial em Peabody
Em abril de 2005, a brasileira Nilma Gonçalves Figueiredo atropelou e feriu um policial. Nilma, além de indocumentada, dirigia sem habilitação e não respeitou a sinalização de reduzir a velocidade por causa de obras que eram realizadas na via pública. O acidente teve grande repercussão na imprensa regional americana, além de causar comoção generalizada, inclusive na comunidade brasileira, que prestou solidariedade ao oficial acidentado. O policial, Mike Shea era bem quisto e respeitado na cidade e seus ferimentos foram considerados graves por causa de fraturas e lesões sofridas. A situação da comunidade brasileira em Peabody ficou complicada e delicada. A toda hora os brasileiros que dirigiam pela cidade eram parados sem maiores explicações, o que passou a afugentar da cidade moradores e trabalhadores. Nilma que estava aprendendo a dirigir, ao ser presa deu nome e informações falsas, disse que se confundiu com os pedais do carro e invés de pisar no freio, acionou o acelerador.

Na ocasião chegou-se a pensar que havia uma perseguição aos brasileiros e constatou-se que não havia representatividade brasileira e nem uma voz que falasse pela comunidade. Preocupados com isto um grupo de pastores, líderes religiosos e comerciantes se uniram e criaram a Concerned Brazilians For Families, uma coalizão que estabeleceu um diálogo entre a comunidade brasileira e as autoridades locais, e que mostrou que os brasileiros eram ordeiros, trabalhadores e responsáveis. Nilma que havia chegado há pouco tempo, foi condenada a uma pena de seis meses de prisão e deportada em seguida. Na ocasião, o fato foi amplamente explorado por sites e fóruns anti-imigração em todo país.

Fotos: arquivo e reprodução redes sociais

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros