Mais um foragido brasileiro é preso; autoridades agem para deportar criminosos

As autoridades deixam claro que não há lugar para criminosos estrangeiros nos EUA

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Mais um brasileiro condenado é preso nos Estados Unidos. Foto: ERO/Boston

O Enforcement and Removal Operations (ERO) em Boston anunciou na quarta-feira, 14, a prisão de mais um brasileiro. O homem, um paraibano de 29 anos, foi condenado por assalto a mão armada em março de 2017, e entrou nos Estados Unidos com um visto de turista em 2018. A prisão foi feita em Shrewsbury, Massachusetts e é mais uma entre tantas de brasileiros que tem acontecido com frequência nos últimos tempos. O ERO deixou recentemente a prática de divulgar os nomes dos procurados que são detidos.

Mas por que tantos brasileiros que se escondem nos Estados Unidos tem sido presos? Uma das primeiras coisas que foragidos da justiça brasileira fazem é via de regra tentar viver com discrição e tentar passar o mais desapercebido possível. 

Este foi o caso de um criminoso condenado por assassinato em Minas Gerais que foi morar em um quarto alugado do casal Sonia e Antonio (os nomes foram trocados). Depois que os dois filhos se casaram e se mudaram, decidiram reformar a casa e alugar quartos. “Meu marido que tem uma pequena companhia de construção, reformou o andar de baixo da nossa casa e com isto passamos a ter seis quartos com banheiro individual, incluído o basement e passamos a alugar para homens. Há uns dois anos, chegou um homem de Minas Gerais e alugou um dos quartos. Sempre calado e discreto, ele passava a maior parte do seu tempo livre, trancado dentro do quarto. Os aluguéis sempre eram pagos com antecedência e ele nunca nos deu qualquer tipo de problema. Meses atrás ele sumiu de repente e uma vizinha nos disse dias depois que viu ele ser preso pela polícia perto de casa. Logo, a notícia chegou para nós, que ele era um fugitivo procurado por assassinato pela justiça brasileira. Eu e meu marido tomamos um susto, principalmente por saber que acolhemos dentro da nossa casa um homem perigoso. Ao constatarmos que ele não seria solto, tivemos que tirar as coisas do quarto dele e descobrimos que o nome dele não era o mesmo que ele havia nos falado”, disse Sonia.

Com a modernização dos meios judiciais brasileiros e a colaboração da Interpol, os nomes de criminosos são arrolados como fugitivos procurados e quando localizados são presos e deportados. Há também os casos de fugitivos que entram pela fronteira com nome falso, mas que uma vez fichados pela Imigração deixam suas impressões digitais e quando há o cruzamento destes dados entre o banco de informações da Difusão Vermelha da Interpol e do ERO, são imediatamente identificados e passam a ser procurados. Há casos em que criminosos são denunciados por pessoas que sabem dos seus crimes cometidos no Brasil.

Há também um esforço das autoridades americanas para retirar de circulação criminosos de diversas nacionalidades e consequentemente deportar cada um deles para seus países de origem.

Para denunciar alguém que tenha cometido um crime no Brasil e está escondido nos Estados Unidos, ligue para 866.347-2423 ou preencha um formulário online. 

Lenaria Aparecida Pereira, foi condenada no Brasil, por assassinato em primeiro grau. Foto: ERO/Boston

Caso Lenaria
Lenaria Aparecida Pereira Sandoval, foi presa em 27 de fevereiro por ser fugitiva da justiça brasileira e condenada por assassinato de José Ribeiro de Lima, em dezembro de 2013 em Campos Altos, Minas Gerais. Na época do crime, Lenaria tinha 20 anos de idade e recebeu uma condenação de 15 anos de reclusão e mais dois anos por agravantes. Lenaria deixou o Brasil em dezembro de 2015 e em abril de 2021, obteve o status de residente permanente por casamento. Em julho de 2021, Lenaria foi ao Brasil e voltou aos Estados Unidos depois de algumas semanas depois receber a notificação do seu julgamento. Lenaria terá uma audiência no dia 5 de julho onde será decidida se será deportada para o Brasil onde cumprirá a sua pena de prisão.

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros