Imigração: ‘Virei as costas e nunca mais voltei…’

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Da série de depoimentos que o Jornal dos Sports publicou em 2013, há as histórias de dois brasileiros – João Carlos e Eduardo que se casaram com brasileiras que são cidadãs americanas e que os ameaçam e constrangem todos os dias por causa de ciúmes e possessividade. Um ano depois, João Carlos afirmou que as coisas acalmaram para ele. Já Eduardo se emocionou ao contar a sua sina e os problemas até que resolveu separar-se da mulher que o ameaçou por meses, até que o deixou em paz. ‘Me arrependo do tempo que passei aprisionado naquele casamento do qual sai traumatizado. Um dia, me cansei, levantei, virei as costas e nunca mais voltei’.

Virei as costas e nunca mais voltei…

As vezes ela fazia um verdadeiro terror psicológico comigo e durante quase quatro anos afirmou que não ia aplicar para que eu tivesse o green card, pois dizia que eu iria embora no dia seguinte que o tivesse na mão. Depois de dois anos, quando nasceu o nosso filho, as coisas pioraram e um dia eu disse a ela que se dentro de três meses eu não tivesse a minha situação legalizada ia embora para o Brasil. Fui ver preço de passagem e parece que isto acordou minha mulher e resolvemos a situação. Hoje ela pede perdão pelo que me fez passar e não pensamos em separação”, diz João Carlos, que conheceu Marisa na igreja e depois de um ano se casaram numa cerimônia carregada de emoção, já que a mulher havia sido abandonada pelo primeiro marido e há anos lutava pelo divórcio. Cidadã americana, Marisa passou a ameaçar João Carlos, pois desconfiava que ele estava junto dela por interesse, o que ele sempre negou, já que gosta da esposa.

Já a situação de Eduardo é pior. Casado há pouco mais de quatros anos, passa por situações que beiram o constrangimento diante de familiares, amigos, clientes e pessoas estranhas. Movida por um ciúme doentio, Tereza que é cidadã americana controla todos os passos do marido seja pelo sistema do telefone que lhe permite rastrear as ligações que Eduardo faz e recebe. Se tem algum número que ela não conhece não hesita em ligar para saber quem é.

Também mandou instalar no carro do marido um GPS que controla no computador. Tempos atrás, simulou uma agressão e chamou a polícia para Eduardo que passou uma noite na cadeia. “No dia que sai da cadeia, minha vontade era de ir embora, sumir sem deixar rastro e ela teve o cinismo de dizer que da próxima vez ia fazer pior. Ela ameaça minha família e a mim de deportação e por causa disto eles se afastaram por causa do medo que sentem dela. Do mesmo modo, os meus amigos também se afastaram de mim porque sabem que ela é capaz de entregá-los para a Imigração. Uma vez ela furou os pneus do meu carro e disse que se eu chamasse alguém para me ajudar ia denunciar para a Imigração e sei que ela é capaz de fazer se quiser. Minha preocupação é com meus irmãos, pois se eu pedir a separação ela vai cumprir o que ameaça sempre, e não quero me sentir culpado por qualquer coisa que venha a acontecer com meus irmãos, pois um deles têm crianças pequenas e vive assustado com a possibilidade de ser denunciado. Hoje, sou um homem prisioneiro de um casamento fracassado e temeroso com a possibilidade de ser mandado embora por causa de um capricho da minha mulher, não tenho dinheiro, meus cartões de crédito foram cancelados por ela as vezes sinto que vou ter um ataque do coração de tanta pressão que sofro e por causa das desconfianças dela”, conclui.

Imagem meramente ilustrativa

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros