DUI é de novo a maior causa de deportações

Pelo segundo ano consecutivo, o maior número de deportados foi por DUI

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Todos os dias, milhares de pessoas são deportadas
Relatório anual de deportações

O recente relatório anual do ICE referente ao anos fiscal de 2019, deu conta de que 267.258 imigrantes foram deportados pelo Enforcement and Removal Operations (ERO). Novamente o maior número de deportados foi por DUI, a exemplo do ano fiscal de 2018. Ou seja, a prática de dirigir bêbado ou drogado continua sendo punida, principalmente para quem não tem documentos legais ou é residente permanente.

Uma campanha da Massachusetts Alliance of Portuguese Spearks (MAPS), atualmente veiculada na Globo International alerta para as consequências de beber e dirigir. Todos os dias, milhares de pessoas se envolvem em tais situações por mais alertas que sejam feitos. As autoridades coíbem e reprimem a prática com dureza e retiram das ruas motoristas bêbados.

Este foi o caso de José C., cujo nome foi omitido a pedido. José é de Rondônia mas atualmente mora em Goiânia desde que foi deportado no mês de agosto deste ano. “Apesar de todos os alertas e avisos dos meus amigos e do meu ex-patrão, eu nunca me dei conta da gravidade da situação que era dirigir depois de beber. Cheguei aos Estados Unidos em 1999 e embora tivesse a chance de me legalizar, nunca o fiz. Tenho um filho de 15 anos, cuja mãe é americana, mas nunca liguei para isto. Sempre bebi socialmente e desde que fui trabalhar com instalações elétricas, e lá havia um pessoal que gostava de beber cerveja. Foi a minha perdição. A gente bebia depois do trabalho dúzias de cerveja e fui preso algumas vezes e embora não tivesse carteira me arriscava sempre. Na última vez que fui preso, o juiz me proibiu de dirigir e mesmo assim, continuei bebendo e dirigindo. Em maio deste ano fui preso novamente e desta vez a Imigração me pegou na saída da corte. Sem qualquer perspectiva de ficar, optei por vir embora para o Brasil”, disse José C., por WhatsApp para a reportagem.

José C., foi um dos mais de 74 mil deportados por causa de DUI, de um total de 267.258 estrangeiros que foram mandados embora dos Estados Unidos no ano fiscal de 2019.

As estatísticas envolvem outros números e crimes variados. Mais de 1,9 mil deportados por condenações e acusações de homicídio; mais de 1,8 mil deportados por condenações e acusações de sequestro; mais de 12 mil deportados por causa de crimes sexuais, sendo que mais de cinco mil condenações por crimes de agressão sexual; mais de 45 mil deportados por condenações e acusações de agressão; mais de 67 mil deportados por condenações e acusações de crimes por porte ilegal de armas de fogo e munições 

Beber e dirigir é um péssimo negócio que pode acabar em deportação
Em Massachusetts o limite legal permitido é de .08 de teor de álcool no sangue – TAS de uma pessoa de 21 anos ou mais velho. Se alguém for pego dirigindo com este teor alcoólico perde a carteira na hora e pode ser processado por DUI – Driving Under the Influence (dirigir sob a influência de bebidas alcoólicas e/ou drogas) e ser condenado a prisão. Com .05, de teor, o motorista é liberado na hora; com .06 e .07 tem a carteira suspensa e não a perde na hora e pode também ser processado. Policiais costumam usar “testes de campo” para determinar se uma pessoa está bêbada, e então vão usar um bafômetro para confirmar suas desconfianças originais. Os oficiais podem decidir administrar o teste de respiração em você e após a realização do teste de campo eles podem levá-lo para a delegacia para aplicar um teste de respiração lá. A pessoa tem o direito de recusar o teste de respiração, mas perderá automaticamente a carteira de motorista, por pelo menos 180 dias se for sua primeira ofensa, e nos postos policiais seja das polícias municipais ou da State Police, os bafômetros são ligados aos computadores da Register of Motor Vehicles e a suspensão da carteira é emitida na hora.

Imagens meramente ilustrativas – ICE.gov

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros