Combatendo a violência doméstica

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Mulheres são as maiores vítimas da violência doméstica e sexual

Os governos federal e estaduais têm aumentado nos últimos anos os esforços e meios para coibir a violência doméstica em todos os seus níveis e modalidades. A sociedade americana têm milhares de ocorrências todos anos que não são reportadas por mulheres, homens e crianças e que muitas vezes acaba em tragédia.

Em Massachusetts tempo atrás a situação ficou tão caótico que o governador Deval Patrick decretou estado de emergência por causa do aumento da violência doméstica, que passou a ser um caso de saúde pública. Deval declarou numa conferência de imprensa que há uma uma emergência de saúde pública nas mãos das autoridade, e que a administração pública é afetada com tudo isto.

Dados de homicídios decorrentes de violência doméstica em Massachusetts:
– 2003 19 mortes
– 2004 34 mortes
– 2005 18 mortes
– 2006 29 mortes
– 2007 42 mortes
– 2008 27 mortes
– 2009 24 mortes
– 2010 33 mortes
– 2011 26 mortes
– 2012 15 mortes
– 2013 15 mortes
Nestes números estão incluídos crianças e a se considerar os que se suicidam em decorrência de violência doméstica os números aumentam consideravelmente – maridos ou mulheres que matam os seus companheiros e se matam em seguida. Os índices de violência doméstica aumentaram assustadoramente nos últimos anos.

Especialistas no assunto afirmam que o aumento da violência doméstica pode ser em decorrência das dificuldades financeiras enfrentadas no país atualmente. Há de se considerar que o stress é um dos fatores, mas não o preponderante.

A violência doméstica é endêmica, e é registrada em todas as regiões do estado especificamente. A violência abrange cerca de 99% dos casos de casais heterossexuais, sendo as mulheres as maiores vítimas e se registra também casos de casais homossexuais. Os casos estão presentes em lares onde as mulheres são casadas com cidadãos americanos, com portadores de green card, ou ainda indocumentados, e neste caso existe a chantagem emocional para que a mulher não relate a violência doméstica. Há também além da violência doméstica, a violência psicológica, que não pode ser detectada e faz tanto mal quanto a violência física. Muitas mulheres não conseguem das ameaças e da pressão exercida por seus maridos ou companheiros.

Os casos de violência doméstica e psicológica são mais comum do que se pensa e muitas mulheres se submetem a maus tratos caladas por medo de sofrer mais ainda, e alimentam a esperança de que os agressores mudarão os seus comportamentos no dia seguinte, quando a tendência é que a situação piore cada vez mais. O número de mulheres e crianças principalmente na comunidade brasileira que são agredidas por maridos e pais é assustador e desconhecem que podem obter ajuda a qualquer hora e em qualquer situação.

Por exemplo, se um ministro de qualquer religião que for, tomar conhecimento de um caso de violência doméstica tem a obrigação e o dever legal de relatar para as autoridades policiais do fato, sob pena de ser processado caso se omita e a situação terminar em morte.
Um dos desafios de assistentes sociais, psicólogos e autoridades é detectar agressões morais e psicológicas, pois nem sempre o agressor admite o que faz. Quando os agressores são pegos, dizem que é brincadeira ou tentam dissimular. Muitas vezes é assim que reagem os agressores morais e psicológicos. São homens que chamam suas mulheres de incapazes, fracassadas, burras, e não se cansam de relacionar na frente dos amigos todas as – más, na sua opinião – qualidades da sua companheira.

Alguns chegam ao ponto de dizer do mau desempenho sexual, e qualquer defeito físico é motivo de chacota e piada. Por outro lado são pais que diminuem seus filhos mentalmente, subjugando-os em todos os aspectos.

Hoje, os tribunais e cortes já reconhecem a violência psicológica como motivo de penalização e punição para os agressores.

Especialistas aconselham a quem sofre qualquer tipo de violência ou coação psicológica que busque documentar e procure ajuda especializada. No entanto, ajuda pode ser obtida a partir de uma simples ligação telefônica para o número 911, e reportar qualquer tipo de agressão física e psicológica. A obrigação e dever das autoridades é oferecer suporte, ajuda e amparo imediato, independente de status imigratório de quem sofre violência.

É preciso romper o círculo vicioso da violência doméstica, denunciando o agressor ou agressora. É preciso cortar os laços e se livrar de qualquer tipo de abuso a que o agressor comete contra o abusado. As imagens utilizadas são meramente ilustrativas.

Recomendações
– Leve a sério todas as ameaças que ex-companheiros(as), maridos e esposas, namorados(as) fizerem
– Junte provas como mensagens de texto, e-mails e busque orientação legal para gravar ameaças telefônicas
– Busque ajuda se sentir que sua integridade física e emocional estiver ameaçada
– Peça às autoridades uma restraining order
– Não se intimide com ameaças e tentativas de agressão; denuncie quem faz isto
– Não importa a sua condição ou status imigratório; você têm direitos

Onde buscar ajuda – Quem pode ajudar em caso de violência doméstica

Ligue imediatamente para 911

Jane Doe Inc
Hotline 24 horas
1.877.785-2020
1.877.521-2601

HAWC
Healing Abuse Working for Change
Salem, Peabody, Gloucester e região
Hotline – 24 horas
1.800.547-1649

MAPS – Massachusetts Alliance of Portuguese Speakers
617.864-7600

Voices Against Violence
Framingham e Metrowest
508.820-0834
Hotlines
508.626-8686 e (800) 593-1125

Respond Inc
617.625-5996
Hotline disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, com profissionais treinados em Violência doméstica. O número que serve Somerville e outras cidades vizinhas é
617.623-5900.

 

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros