Indocumentada é humilhada por brasileiros após acidente de carro e moto

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Nos últimos tempos principalmente com a chegada do novo presidente ao poder, o que se viu no meio da comunidade brasileira, onde defensores ardorosos do presidente e que com suas situações regularizadas alguns deles não hesitam em tomar posição contra indocumentados. Há sim de fato uma divisão onde alguns mais afoitos e atrevidos fazem de tudo para deixar evidente seu distanciamento de outros brasileiros.

Isto ficou claro com Maria que é uma das mais queridas e estimadas brasileiras em Framingham, Estado de Massachusetts, seja pelos quitutes que faz, seja pela simpatia e disposição de ajudar qualquer um que busque auxílio. Natural de Resplendor, Minas Gerais, Maria mora nos Estados Unidos há 15 anos, que sentiu na própria pele a quantas andam o preconceito, racismo, soberba e arrogância de alguns destes brasileiros, por não ser uma imigrante documentada.

No fim do mês de fevereiro ao voltar de um delivery dos seus produtos em Framingham onde mora, Maria se envolveu em um acidente com um motociclista e desde então não consegue esquecer as humilhações a que foi submetida pelo homem, um brasileiro e um mulher também brasileira que não teve nada a ver com o acidente, mas que também a humilhou pesadamente.

Dirijo com cuidado e mesmo assim me envolvi neste acidente com um motociclista, que pilotando em zigue zague na minha frente. Havia um outro carro também dirigido por uma brasileira e de repente o motociclista entrou abruptamente em uma rua e parando repentinamente. Nesta hora eu dirigia a 25 milhas por hora e mesmo assim não tive como evitar a batida no pneu da moto derrubando o rapaz. Ele começou a me xingar em inglês e depois quando viu que eu era brasileira, falou barbaridades em português. Disse que eu deveria estar dentro de casa e não dirigindo sem carteira, que havia tirado a carteira de motorista dele quando chegou aqui. Achei um absurdo quando ele me disse que teria que pagar US$ 3 mil. Ele gritava para que eu olhasse a moto dele e acho que deve ter pensado que por não ter carteira, que daria dinheiro a ele. Eu não daria um dólar e disse que se entendesse com meu seguro. Quando chegou o policial, ele o pressionou para que eu fosse presa. Ao lado dele estava a outra brasileira que embora não tivesse nada a ver com o acidente, queria que eu fosse presa. Me senti humilhada, porque eles não me deixaram contar a história para o policial, ao contrário, falam inglês o tempo todo e me deixaram de lado. Por sorte o policial não entrou no jogo deles. Quando chegou a ambulância, o motociclista contou a história e a socorrista me deixou de lado, pois eu não estava me sentindo bem com tudo aquilo e a mulher foi tão arrogante e racista que me negou água. Quando eu disse a ela que estava passando mal, com a pressão alterada ela me disse que fosse ao hospital, subiu na ambulância e foi embora. Convivo com pessoas diferentes todos os dias, mas nunca me imaginei sendo ultrajada e humilhada por brasileiros, ainda por causa de um pequeno acidente de trânsito. Quando eu penso nas coisas que ouvi daquelas duas pessoas que são brasileiros e que tem carteira de motorista nunca vou esquecer, se eu estiver errada que tenha que pagar por isso, não provoquei nenhum acidente e tampouco sai de casa naquele dia para causar danos a quem quer que seja. Talvez eles se sintam superiores por causa disto e por isso não hesitaram em me maltratar deste modo. É uma pena que existam seres humanos tão pobres e pequenos como eles”, diz Maria.

Atualização
Na manhã do domingo, 5, em uma postagem no Bazar Boston Novo, Virginia Keane que se identificou como uma das pessoas envolvidas no acidente, contestou a versão de Maria, afirmando que ela mentiu quando narrou os acontecimentos, inclusive postando o report policial e fotos do acidente.

Ouvida por telefone pelo blog, Virginia Keane, que está grávida de sete meses afirmou que nem ela, e nem o motociclista ofenderam, humilharam ou exigiram que o policial prendesse Maria porque ela não tem documentos. “Eu nunca humilhei ninguém na minha vida, o motociclista queria somente que a mulher apresentasse as informações do seguro do carro dela. O motociclista não exigiu dinheiro nenhum da mulher, só disse que não teria que arcar com o conserto da motocicleta dele”, afirmou Virginia.

O blog, porém mantém o que foi publicado, inclusive no tocante à testemunha e está aberto para que o motociclista também envolvido no acidente dê a sua versão dos fatos.

Imagem meramente ilustrativa

 

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros

4 COMMENTS

  1. Como são pobres de espirito !!!
    Devem ter saído do meio do mato lá no Brasil, conseguiu uma DL e está achando que é um diploma da Havard …
    Quanta ignorância !!!

  2. Estes sao os famosos greencard na mao, ou cidadao, so que eles esqueceram, que nasceram no meio do mato, uma pessoa tb bateu em meu carro assim, e brazileira tb, eu so peguei os dados do seguro dela e pronto, para que vou colocar lenha na fogueira, so por ter carteira, vou coloca, la por baixo. O sol nasceu p todos a sombra a quem merece, fique calma pq amanha vc tb tera carteira, espeere e seu dia chega.

  3. Roberto Pereira eu concordo com vc em partes mais tenho batido sempre na mesma tc que não devemos colocar quem tem documentos de um lado e quem nao tem Do outro.porque dos dois lados tem pessoas boas honestas e humanas.mais tem muita gente ai que não tem documentos ainda mais tem companhia de pintura landscamp ou outro qualquer comércio e humilha seus funcionarios.

  4. vai que os dois são cúmplices, e andam causando acidente próprio pra arrancar dinheiro, soube que acontece muito isso por aqui

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