Uma escolha fácil

Vergonha...

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O presidente que não demonstrou nenhuma compaixão com os mais de 680 mil brasileiros mortos pela covid-19; que jamais visitou um hospital ou uma família enlutada; que fez pouco caso da maior pandemia da nossa história; que imitou pessoas com falta de ar; que foi negligente no combate ao coronavírus, retardando a compra de vacinas (segundo a Pfizer foram mais de 100 e-mails enviados ao governo), foi para Londres e levou com ele um padre, um pastor e o maquiador da primeira dama.

Quem pagou a conta?

Foi prestar condolências a uma monarca sem relação alguma com o Brasil depois de decretar luto oficial de três dias.

Algo que não fez por nenhum personagem importante da nossa cultura ou pelas próprias vítimas do vírus. 

Segundo estudos da Universidade Federal de Pelotas, quatro em cada cinco mortes pela doença eram evitáveis caso o governo tivesse adotado medidas básicas, nada excepcionais, ou seja, pelo menos 400 mil pessoas não teriam morrido. 

Foram quatro vezes mais do que a média mundial de óbitos por habitantes. Um número assustador para um país que possui 3% da população do planeta.

Na capital inglesa fez discurso para a sua horda, muitos indocumentados, que por sua vez, como de costume, ofenderam através de gritos e gestos obscenos, jornalistas, como os profissionais da BBC, e manifestantes londrinos, que protestavam em silêncio contra a invasão de terras indígenas, contra desmatamentos e queimadas e pelas mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips, esse último, cidadão britânico.

Essa agressividade é programada. Muito bem articulada pelo palácio do Planalto. Bolsonaro é consciente do que faz. Sabe muito bem como mandar recados para a sua claque. 

E eles, desprovidos de capacidade cognitiva e sub-letrados, materializam pelas ruas, como foi na terra de Shakespeare e Milton, toda essa incivilidade.

A presença de um chefe de estado num funeral de uma rainha, exige sobriedade. Mas não foi o que se viu de Bolsonaro.

Segundo alguns diplomatas estrangeiros, foi um misto de indignação e vergonha. O que aumentou ainda mais o desprezo por ele.

Seu discurso eleitoreiro do balcão da embaixada do Brasil em Londres e na abertura dos trabalhos na ONU, mentindo e vendendo um país que não existe, foram constrangedores. 

Nenhum grande chefe de governo das principais democracias do mundo quer papo com ele. Aparecer ao seu lado pega mal. Não é bom para os negócios e para a imagem pessoal.

Como escreveu Goethe, “Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”.

O tal capitão, que tinha dificuldade lógica, segundo seu oficial, chamado pelo general e presidente Geisel de bunda suja, que planejou explodir uma bomba no reservatório de água de Guandu, no Rio de Janeiro, que foi deputado federal por 26 anos e fazia parte do baixo clero, um personagem sem qualquer relevância, reflete, em tamanho e medida, tudo que seus seguidores representam em sociedade. Ele é a imagem escarrada de todos eles.

Bolsonaro é sua voz ressonante. O balizador de seus recalques, complexos e frustrações. Pessoas indiferentes ao sofrimento dos outros. Distantes da realidade e com dificuldades de enxergar o mundo ao seu redor.

Bolsonaro é o representante perfeito, que se viu representado por aqueles brasileiros na Londres de luto. Incapazes de silencio e respeito. 

É Bolsonaro que fala em metralhar seus adversários, que faz apologia do estupro, que diz que a ditadura deveria ter matado 30 mil, que fala em destruir tudo que representa uma ameaça a sua sede de poder. 

É ele que trabalha quatro horas por dia em média e que prega o terror. Nenhum outro candidato. 

É ele que em quatro anos não somou nada pelo país, pelo contrário, desconstruiu tudo que foi feito com muita luta por décadas e décadas.

Bolsonaro representa o peculato, a mentira, a corrupção escancarada, que entregou ao centrão, a banda podre do Congresso, o orçamento do estado brasileiro. A chave do cofre.

É disparado o governo mais corrupto da nossa história republicana.

O presidente dos 107 imóveis, sendo 51 comprados em dinheiro vivo. 

Bolsonaro representa a fome, a miséria, a desigualdade, a intolerância, a violência desmedida.

Não existe polarização. Quem fala faz por ignorância ou desonestidade. O que existe são dois lados bem distintos. Basta ser honesto.

Bolsonaro é um fascista por inteiro. O que ele prega é o fascismo puro e simples. O que ele transmitiu até agora é violência pura. Violência alimentada e propagada todos os dias. 

Fascismo não é uma ideologia. Não é um partido político. Fascismo é o culto a morte em busca do poder absoluto. Não existe projeto para o fascista. 

O quadro estabelecido é claro. Quem morreu até agora foi só gente de um lado. São eles que invadem manifestações pacíficas de outros partidos. São eles que andam armados. São eles que ameaçam e matam. Nenhum outro.

Ensandecidos, em muitos casos, me lembram aqueles zumbis dos filmes de ficção em busca de sangue quente dos vivos. Seres abjetos.

Não pode existir tolerância com quem defende tortura e pena de morte. Não pode existir tolerância com racista, com quem flerta com o nazismo. Não pode existir tolerância com quem chama de herói um torturador que colocava ratos na vagina de mulheres torturadas e levava crianças para assistirem a tortura dos próprios pais.

Não existe confronto entre dois pólos, é mentira. Somente um lado é intolerante e violento.

Hoje o que existe no Brasil é claro. De um lado fascistas. Do outro, democratas.

Não é Simone Tebet ou Ciro Gomes. Eles não vão chegar. Vão apenas dividir o que poderiam somar. Não é uma luta individual de interesses pessoais. O objetivo agora é outro. Um bem maior esta em jogo e todos nós devemos unir forças em torno dele. 

As diferenças precisam ficar em segundo plano nesse momento.

O outro lado, o lado que hoje esta no poder, representa o que existe de pior na raça humana. 

Utiliza a violência como linguagem. Prega o ódio, a intolerância, a exclusão, o machismo, a misoginia, o sexismo e a homofobia.

É o lado da arma, da morte, da estupidez.

Temos uma chance no dia 2 de outubro de salvar o que ainda resta da nossa combalida democracia. 

As opções são simples: escuridão ou luz. 

A escolha não é difícil. É fácil. E ela vai dizer muito de cada um. 

Vai dizer com todas as letras sem nenhum equívoco, quem de fato somos como seres humanos.  

Gerald D

O gremista Gerald D escreve sobre artes, literatura, futebol e política com muita propriedade e consciência, o que reflete o seu gosto apurado pela boa leitura

1 COMMENT

  1. Excellent !!
    Simples mas Conciso. Direto ao ponto. Pena que quem realmente precisa de uma farta dose de realidade, nao vai ler.
    Meu coracao doi pelo Brasil e pela gigantesca ignorancia dos Bolsomions.

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