No concorrido final de semana da Páscoa três espetáculos estavam disponíveis para ser assistidos a começar no sábado, 20. A decisão foi a de assistir aos três e fazer do sábado e domingo uma ‘maratona’.
O espetáculo que melhor condiz com o espírito da Páscoa foi ‘The Promise’ apresentado pelo grupo de teatro amador da Calvary Christian Church em Lynnfield neste ano disponível em seis apresentações com casa cheia em todas e sem cobrança de ingresso. O apelo é simples – chegou sentou e quando a lotação se esgota as portas são fechadas e segundo algumas pessoas que deram seus testemunhos, a plateia é rotativa, se bem que a vontade é voltar para a fila e assistir novamente.
A opção de fazer uma crítica a ‘The Promise’ não significa demérito aos outros dois espetáculos que tem cada qual o seu valor.
‘The Promise’ é apresentado em forma de musical com cantores e músicos do próprio ‘cast’ da igreja. São mais de 60 pessoas em cena dos quais 48 são cantores e na sua imensa maioria com figurinos de época, a não ser o grampa Bill O’Keefe e suas netas Lisa – Cassidy Kuhlmann e Becky – Ryenne Feeney que são espectadores privilegiados da trajetória pública de Jesus Cristo, interpretado de forma magistral por Tim Feeney.
Nas vozes masculinas, muitos destaques, mas o principal é o brasileiro Alexandre Rezende que interpreta John, o apóstolo.
O espetáculo é de tirar o fôlego, o ritmo é dinâmico e envolvente em quase duas horas de apresentação e tem-se a impressão de se estar em plena Broadway de New York, tamanho o esmero e o cuidado com cada detalhe. A certeza é reafirmada quando se descobre que ‘The Promise’ tem a sua produção assinada por quem trabalha no circuito de shows, espetáculos e musicais da Broadway de New York.
O diretor David Ruff usou animais vivos em cena o que aumenta os riscos de um ou outro incidente, que não aconteceu e serviu para dar verosimilhança a ‘The Promise’, cujos ensaios e preparos levou cerca de dois meses e meio.
A grande e genial sacada do diretor David Ruff para solucionar o problema da falta de espaço para a Última Ceia foi resolvido com brilhantismo. Ruff colocou Jesus e os 12 discípulos num mesanino de onde Judas Iscariotes saiu para cumprir o seu funesto papel.
Evidentemente, nas artes cênicas Tim Feeney rouba a cena com seu talento e voz e é absolutamente convincente como Jesus Cristo, inclusive no tom da sua voz que transmite paz e esperança. O mérito de ‘The Promise’ está justamente em transcender a questão de ser produzida e apresentada numa igreja cristã evangélica, para ser um espetáculo para quem gosta de um bom teatro e de um musical.
Há alguns senões, como os constantes black outs entre um ato e outro, mas nada que comprometa a qualidade do musical na grandiosidade da sua história. E a pergunta inevitável é quando serão as apresentações de 2015…
A ficha técnica de ‘The Promise’ é detalhada e minuciosa e denota que foi feita por gente que evidentemente ama as artes cênicas.
