Brasil: A irrelevância do anão diplomático

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Conta-se uma história em Brasília que teria sido protagonizada pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Lula teria pedido a FCH uma sugestão de nome para o Ministério das Relações Exteriores, ao que foi sugerido que nomeasse Celso Laffer. Porém Lula disse que nomearia Celso Amorim. Então FHC rebateu dizendo que Laffer faria o que faria o necessário caso fosse nomeado enquanto que Amorim faria o que Lula mandasse.

Arrogantemente, Lula preferiu nomear Celso Amorim e desde então a diplomacia brasileira mergulhou na sua mais intensa crise e a administração de Antonio Patriota foi a verdadeira face deste caos e mediocridade.

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Para muitos, o responsável pela mediocridade da diplomacia brasileira é Marco Aurélio Garcia

Nunca na história recente – e decente do Brasil estivemos tão mal representados como estamos nestes anos de administração do PT. Parte disto deve-se à figura sinistra de Marco Aurélio Garcia, tido como assessor especial da presidência e no que tange a governos de esquerda. Garcia que é tido como um dos melhores quadros do PT é evidentemente medíocre e é de se espantar que se ele é um dos mais notáveis, o que se dirá então do pior? Pois bem, orientado por gente do quilate de Garcia a diplomacia brasileira tornou-se indigna da tradição que carrega.

Mais ainda, ruge como um leão acuado para países como os Estados Unidos e mia que nem um gatinho indefeso diante de republiquetas como a Bolívia, o Equador, a Venezuela e se curva diante dos caprichos da Argentina, sem contar o alinhamento com a ditadura cubana e prestar vassalagem a governo radicais como o do Irã, que aliás, provocou um dos maiores fiascos da diplomacia brasileira em todos os tempos. Em maio de 2010, Lula, Amorim, Garcia e quetais botaram na cabeça que tinham que ficar ao lado do Irã numa pendenga sobre processamento de urânio já que eram pressionados pelos Estados Unidos.

Garcia, o assessor especial tentava a todo custo salvar o propalado acordo nuclear que teria sido assinado em Teerã e foi atropelado pelas grandes potências mundiais que não se deixaram levar pelo funesto canto das sereias iranianas. Enquanto Garcia falava bobagens, não se dava conta de que a ONU já havia desautorizado o tal acordo de Lula. Garcia ainda por cima passou o recibo de ser mal informado, já que ninguém tinha lhe dito, ou ele ignorou o fato histórico.

No afã de habilitar para ganhar um Prêmio Nobel da Paz Lula se deixou ingenuamente ser usado pelo então presidente Mahmoud Ahmadinejad e sua turma que ameaçam, perseguem, prendem e matam opositores, o ex-estadista brasileiro que realmente acreditou que era o “Cara” como disse Barack Obama resolveu que ia meter o nariz onde não havia sido chamado e se juntou ao primeiro ministro turco para tentar arrancar do Irã o compromisso de se submeter ao tratado internacional de não-proliferação nuclear.

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O ex-chanceler Celso Amorim fez tudo o que Lula mandou…

Só que além de não observar nenhuma ação de direitos humanos, o Irã resolveu que devia produzir urânio com potencial para fabricar armas atômicas e para isso ignora até hoje a comunidade internacional e Ahmadinejad aproveitou que Lula se apresentou como um crédulo inocente útil e tentou engabelar a opinião pública com um acordo de meia tigela que não levou a lugar algum, o que levou a diplomacia brasileira a protagonizar o seu maior em todos os tempos.

Aliás, ninguém em sã consciência entendia a predileção de Lula e sua turma pelo sinistro Mahmoud Ahmadinejad que entre outras coisas negou o Holocausto e prega até hoje o extermínio de Israel entre outras aberrações. Lula que tem apreço especial por gente do quilate dos irmãos Castro – Fidel e Rául, do finado Hugo Chávez e se uniu a Mahmoud Ahmadinejad sabe-se-lá a que pretexto já que o Irã nunca teve nada para oferecer ao Brasil.
A diplomacia brasileira que já teve Osvaldo Aranha que um dia propôs a criação do Estado de Israel hoje é levada a níveis medíocres por causa da mediocridade presidencial que nomeou gente como Amorim e Patriota.

Portanto, de nada adianta culpar o ministro das relações exteriores de plantão se a culpa é de quem nomeia. Que Lula tinha entendimento limitado quanto a determinadas questões é de se entender, mas e Dilma? É uma pena que o grande Brasil se apequene cada vez mais nas mãos e na política externa do PT que dá guarida a criminosos como Cesare Battisti e pune gente como o diplomata Eduardo Sabóia que ousou desafiar Evo Morales, que é amigo dos medíocres de Brasília.

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Antonio Patriota foi demitido por Dilma Rousseff depois da trabalhada envolvendo a fuga do ex-senador Roger Molina, que enfureceu Evo Morales

O mais recente e vexatório episódio vergonhoso da política externa brasileira deu-se nesta semana com a convocação do embaixador brasileiro em Israel para consultas sobre a ofensiva daquele país contra o Grupo Islâmica Hamas em Gaza. Além disto, a diplomacia, sabe-se-la motivada por qual cabeça medíocre e tapada, emitiu um comunicado condenando o ‘uso de força excessiva’ contra a população de Gaza.

O troco de Israel veio em grande e contundente estilo. Yigal Palmor, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores respondeu com rara dureza no mundo diplomático. “A nota do Brasil é uma infeliz demonstração de por que o Brasil, um gigante econômico e cultural, continua sendo um anão diplomático. O relativismo moral por trás deste movimento torna o Brasil um parceiro diplomático irrelevante, que cria problemas em vez de contribuir para soluções”.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel divulgou uma nota onde “expressa seu desapontamento com a decisão do governo do Brasil de chamar seu embaixador para consultas. Esta decisão não reflete o nível de relações entre os países e ignora o direito de Israel de se defender. Ações deste tipo não contribuem para promover a calma e a estabilidade na região. Ao contrário, impulsionam o terrorismo e naturalmente afetam a capacidade do Brasil de exercer influência. Israel espera apoio de seus aliados na luta contra o Hamas, que é reconhecido como uma organização terrorista por muitos países ao redor do mundo”.

Em entrevista ao Jornal Nacional, um constrangido e perdido Luiz Alberto Figueiredo, o atual chanceler de plantão, afirmou que é direito do Brasil discordar e sinalizar que que é inaceitável que mulheres e crianças sejam mortos. Quando atiradores a mando de Nicolás Maduro mataram manifestantes nas ruas de Caracas, o Brasil silenciou. Talvez porque o ditador venezuelano seja um aliado…

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros