TelexFREE: o decadente Fausto da Rocha e as lágrimas de crocodilo

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Fausto da Rocha (foto) foi em anos idos um promissor projeto de líder e tem na sua ficha uma série de bons serviços prestados para a comunidade brasileira. Porém, a partir de 2009, Fausto jogou no lixo todo o seu ativismo ao capitanear algumas ações para lá de equivocadas.

Sem dúvida alguma, Fausto fez um bom trabalho no Centro do Imigrante Brasileiro, até que do alto da sua arrogância e petulância jogou a entidade numa grande crise que quase fez com que a entidade fechasse as portas. Num período do CIB desenvolveu-se o Projeto Parceria/COBWEB que foi levado para lá pelo professor Eduardo Siqueira, projeto que envolveu verbas no valor de US$ 920 mil em cinco anos. Por conta de algumas posturas equivocadas de Fausto, o CIB perdeu espaço com as fundações que destinavam-lhe verbas e só por causa da pertinácia de um grupo de pessoas que tem compromisso com o trabalhador imigrante é que pode recuperar-se.

A primeira e maior delas foi sem dúvida alguma a nefanda, inoportuna e incoerente proposta de boicote ao Censo 2010. Motivado e movido sabe-se-lá por quais razões, disseminou o medo e o pavor entre os brasileiros afirmando com todas as letras e palavras que quem respondesse ao questionário governamental estaria se candidatando a uma deportação, já que segundo o seu parvo entendimento isto iria acontecer.

Para fazer valer o seu ponto de vista, Fausto agrediu com palavras e ofendeu antigos companheiros de luta no CIB, fazendo que se afastassem dele. Num programa de rádio que mantinha, Fausto passava dias a fio semeando discórdia, confusão, mentiras, ódio e rancor. Disseminou o quanto pode o pavor na comunidade, dividindo-a entre bons e maus. Os bons eram os que concordavam com ele, já os maus era quem o confrontava.

Uma vez desmascarado, a pregação de boicote ao Censo, transformou-se numa desesperada ‘campanha pela legalização’ que deu em nada. Absolutamente nada. Tempo e esforços perdidos, principalmente para retrucar Fausto e sua intolerância.

Neste período, se soube que Fausto da Rocha havia apoiado uma pesquisa que entre outras coisas coletou material para DNA entre outras questões constantes na coleta de dados da (In)Visible (Im)Migrantes: The Health and Socioeconomic Integration of Brazilians in Metropolitan Boston, feita na comunidade brasileira e dominicana. O questionário da pesquisa tem perguntas que indagam onde o pesquisado nasceu; se tem green card se for estrangeiro; nome e endereço do pesquisado que o pesquisador devia anotar numa fita crepe; idioma usado na residência do pesquisado, etc. As perguntas são incrivelmente detalhadas e inquiriram os pesquisados dos seus status imigratórios – é cidadão dos Estados Unidos? ou ainda – tem o cartão (verde, marrom ou rosa de autorização para morar nos Estados Unidos). Tem também perguntas de como o brasileiro imigrante entrou nos Estados Unidos, se pela fronteira do México ou do Canadá, se a pé, num veículo de barco ou de navio.

Não consta que nesta data Fausto tenha se preocupado com o destino tanto das pessoas pesquisadas quanto dos dados levantados e do fim que tomou.

O board do CIB decidiu não apoiar a pesquisa pois ela era invasiva e mesmo sendo desautorizado pela diretoria, Fausto foi em frente e é um dos signatários do relatório final. A Fausto interessava a sua opinião, única e tão somente.

Meses atrás voltou-se contra a Fundação Icla da Silva, uma das mais prestigiosas e idôneas entidades de ajuda para pessoas que precisam de doadores de medula óssea que fazia uma campanha para identificar possíveis doadores para o menino Filipe Wolff. Sem qualquer pudor, respeito ou compaixão, Fausto atacou duramente a campanha no seu programa de rádio e novamente assustou e dividiu a comunidade brasileira com a velha cantilena de quem fornecesse os seus dados que poderiam ser vazados para a Imigração por exemplo.

Criticado por todos, Fausto fez-se de coitado outra vez e afirmou que era perseguido, que era crucificado e usou até a Bíblia para se fazer de vítima. Que lição ele tirou deste episódio? Nenhuma, pois o que ele pensa é o suficiente.

Porém e de novo, Fausto se meteu em mais uma enrascada, desta vez na TelexFREE da qual foi um dos mais ativos propagandistas e colocou o seu programa de rádio a serviço da divulgação da pirâmide. Certa feita afirmou que seu sonho era que ele e sua família vivessem exclusivamente do que arrecadassem na TelexFREE e embora tenha sido um opositor de início, depois vivia alardeando que havia conversado pessoalmente com as autoridades e estas lhe garantiram que não havia nada errado com a empresa que protagonizou uma das maiores fraudes dos últimos tempos.

Na sexta-feira, 13 de junho, o Boston Globe publicou a reportagem Fervor for Telexfree swayed thousands de Maria Sacchetti e Beth Healy e Fausto é um dos enfocados na publicação. Num dos relatos, a reportagem afirma que Fausto teve os olhos em lágrimas ao afirmar que se sente culpado, que sua carreira acabou e que agora limpa casas com sua esposa.

Só agora Fausto se deu conta de que é culpado e que sua carreira acabou? A quem ele quer enganar? Não tivesse as autoridades acabado com a vigarice e ele e tantos outros estariam aí propagandeando que a ‘TelexFREE era uma bênção divina’, ‘uma porta que estava aberta’ entre outras frase de efeito muito comum em tais picaretagens.

Limpar casa não é demérito algum em tempo algum e quantas pessoas levam vidas honestas, dignas e íntegras fazendo isto? No entanto dizer que neste instante se arrepende parece ser tarde demais. Por que é que Fausto agora não intercede junto as autoridades para que as pessoas que foram por ele influenciadas e fizeram suas adesões na pirâmide sejam de imediato ressarcidas? Por que ele não usa do seu ‘prestígio’ de ‘líder’ para apressar as providências legais?

Não o faz porque está desacreditado e mostrou não ser de confiança há muito tempo, desde que deixou a ser um combativo ativista comunitário para se enredar cada vez mais nas mazelas, na propagação do medo, na disseminação do pavor, na divulgação da desinformação de modo proposital e inconsequente, sabendo que há sim na comunidade brasileira uma parcela de pessoas que vai ouvi-lo sempre.

Será que Fausto da Rocha vai aprender de uma vez por todas que deve desocupar o lugar cedendo a vez para quem tem compromisso com o bem e com a verdade? Se entender isto será talvez a grande atitude que terá tomado nos últimos anos e é lamentável que numa comunidade tão carente e necessitada de líderes e de liderança ele mostre em fingidas lágrimas o seu ocaso e decadência tarde demais…

Patético!

 

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros