O Hamas e sua guerra sem sentido

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Novamente o Oriente Médio pega fogo, com as respostas de Israel aos foguetes e mísseis do Hamas, trazendo preocupação e apreensão ao mundo civilizado que pressiona para que os ataques e contra ataques cessem imediatamente. A questão é muito mais complexa do que se possa imaginar.

Imagine morar ao lado de um vizinho baixinho, invocado, irascível, iracundo, impaciente, intolerante, bravo, que reage a menor provocação e não deixa nada passar batido. Isto, e tudo mais é o retrato do que é Israel. A parte que mais se conta na imprensa mundial é que o estado judeu age impiedosamente na defesa dos seus direitos inquestionáveis – inclui-se aí os seus cidadãos, sejam de que parte do mundo forem.

A relação de Israel com seus vizinhos que querem o seu extermínio total é de tensão permanente o tempo todo há séculos. O Oriente Médio é uma zona constantemente conflagrada e com os nervos sempre à flor da pele. Se a vida de Israel não é fácil, a dos seus inimigos é pior ainda, e a disputa passa pelo direito de ter Jerusalém como a sua capital. Aliás, Jerusalém é o desejo de cristãos, muçulmanos e judeus que querem se estabelecer lá definitivamente.

O pretexto é usado como motivo para hostilizar Israel, e os meios usados são muitos. Vão desde os homens-bombas que se explodem matando o maior número de pessoas que possam matar, e invariavelmente os alvos sempre são civis, como forma de pressionar o governo israelense e na medida que há a reação, apela-se para a opinião pública mundial para constranger o estado judeu.

Sem dúvida alguma a pior relação de Israel é com os palestinos. Nos territórios ocupados da Faixa de Gaza vivem cerca de 3,5 milhões de pessoas, em condições de miséria e de extrema necessidade, e é de onde partiam a maioria dos homens-bombas suicidas que constantemente atormentavam os judeus.

Há outros inimigos poderosos, entre eles o Hezbollah e o ex-presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que não se cansava de pregar a extinção e o aniquilamento total de Israel. Os discursos de Ahmadinejad eram feitos para multidões ensandecidas que queimavam as bandeiras de Israel e dos Estados Unidos – freqüentemente acusado de proteger Israel. A crise atual que provocou novamente Israel, foi por causa do sequestro e morte de três adolescentes, que não foi assumido pelo Hamas, mas que serviu de pretexto para a reação israelense e a partir daí foguetes começaram a ser atirados por homens do Hamas e se não fosse o sofisticado sistema de defesa, os mortos seriam contados aos milhares, pois já passa de dois mil os artefatos explosivos.

O mundo que não acreditava no uso da força assistiu estarrecido a resposta israelense jogando bombas sobre Gaza sem o menor pudor. A grande preocupação foi com os milhares de civis entre eles crianças e mulheres que acabam por ser as maiores vítimas de ambos os lados, o número de mortos até a tarde de sábado, 26 de julho, passavam de 1 palestinos, fora os feridos e propriedades destruídas. Do lado israelense eram 40 soldados e dois civis.

O que se vê é um esforço descomunal da ONU e dos governos de diversos países – entre eles os Estados Unidos, no sentido de definitivamente colocar um ponto final no conflito. Embora Israel tenha se mostrado disposto em aceitar o cessar-fogo, o Hamas tem ignorado os apelos e imposto exigências que certamente não serão aceitas pelos israelenses.

Os esforços diplomáticos são imensos, menos é claro dos países pró-palestinos e do Brasil que com sua política exterior vergonhosa e tacanha, que foi definida como irrelevante pelos israelenses.

É óbvio que Israel tem todo o direito de se defender, principalmente quando se sabe que se não fosse os seus métodos de proteção eficientes a tragédia seria ainda maior. O que é inaceitável são as mortes de civis, entre eles crianças e mulheres, que são usados como escudos humanos na intenção de atrair a simpatia internacional e jogar a opinião pública contra Israel, além de estocar armas e explosivos em hospitais, escolas e casas de civis.

Uma frase chamou a atenção nestes dias de conflito. Ela diz que enquanto Israel cultua e honra a vida, os palestinos do Hamas incentivam a morte, talvez como forma de continuar sua luta insana e desumana. Aliás, o Hamas faz o que bem entende em Gaza, a ponto de não dar a mínima para a autoridade Nacional Palestina que mais uma vez se omite talvez para ter preservado as suas prerrogativas que não valem nada neste instante.

No entanto o Hamas não dá nenhuma demonstração de que pararia uma guerra estúpida e sem sentido nenhum de ser, e que serve absolutamente para mostrar ao mundo civilizado a quantas andam a arrogância e o fanatismo faz da sua batalha uma guerra sem sentido nenhum de ser.

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros