Dilma, Marina, Aécio ou Lula?

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Dilma Rousseff
Dilma luta pela reeleição, que é ameaçada pela entrada de Marina Silva na corrida pelo Planalto. ABN

Em outubro o Brasil vai eleger uma nova ou um novo presidente da república e os candidatos oficiais e definidos são Dilma Rousseff, Aécio Neves e Marina Silva, em substituição a Eduardo Campos falecido há algumas semanas, fato que provocou um furacão nesta campanha eleitoral. Até a morte de Eduardo Campos, Dilma caminhava em águas mais ou menos tranquilas em direção a reeleição, pois tanto Aécio quanto Campos não tinham os seus índices nas pesquisas eleitorais. Porém, quis o destino que o ex-governador de Pernambuco se fosse e a candidatura do PSB caiu no colo de Marina e após algumas rusgas, caras feias, descontentamentos mútuos e alguma incerteza, foi oficializada como candidata do partido.

Há ainda as alianças feitas por Eduardo Campos, cujas respectivas faturas serão apresentadas na hora certa, queira ou não Marina Silva. Porém, uma coisa há de ser dita. Se Eduardo Campos tinha um planejamento de médio e longo prazo para se impor como uma liderança e conquistar o poder mais a frente, Marina Silva tem a pressa dos imediatistas e tenta ainda se consolidar como uma liderança nacional.

Aliás, Marina Silva só está no PSB porque não conseguiu cumprir com os trâmites do seu Rede Sustentabilidade e por isto acomodou-se num partido que talvez não cumpra com o que ela deseja em termos éticos e em princípios mesmo.

A entrada de Marina Silva nesta campanha eleitoral tem sido avassaladora e tanto o PT de Dilma Rousseff quanto o PSDB de Aécio Neves buscam meios de neutralizar a candidata do PSB. Mas como fazê-lo? No debate de terça-feira na Bandeirantes, Marina foi ao ataque contra Dilma e Aécio nutrida talvez pelos índices da pesquisa do Ibope que a colocam à frente de Aécio no primeiro turno a batendo Dilma no segundo turno.

Luiz Inácio Lula da Silva
Lula usou como pouco a prática do pragmatismo que terminou num dos períodos mais corruptos da história política do Brasil. ABN

Consta que a cúpula do PT entrou em polvorosa com os números e que vão esperar setembro para decidir o que fazer na realidade. Talvez seja tarde demais para eles. Além do que há sempre a perspectiva de que Luiz Inácio Lula da Silva se apresente para o que ele chama de missão que é ocupar o lugar de Dilma na disputa da presidência, uma vez que ele está desde sempre a espreita de cavar a boquinha de volta.

Mas o que seria o ideal para o Brasil neste instante? O PT dá clara demonstração de que sofre de fadiga de material há muito tempo jamais na história da política brasileira houve tantos escândalos e roubalheiras como no período de governança deste partido que outrora foi ético e preocupado com o bem estar do trabalhador. Há de se dizer que roubar é um verbo que os políticos brasileiros na sua maioria sabem conjugar na primeira pessoa desde sempre.
Porém, com o PT que jamais teve uma base parlamentar para aprovar seus projetos, precisou compor com a oposição e foi aí que roubou-se a grande.

O escândalo do Mensalão está aí para provar por A + B, embora o PT queira transformar a roubalheira em fato político e a prova é que toda a sua cúpula cumpre pena embora com as regalias que lhes são concedidas.

Como seria um governo com Dilma reeleita e rompida com os velados históricos do PT? Seria um belo exercício mental, pois ela parece ser uma mulher íntegra e inflexível com os erros dos seus pares partidários. Com Lula de volta teríamos velho compadrio, a corrupção exacerbada, a sede de vingança que ele parece nutrir contra tudo e contra todos, seria o continuismo do compadrio e da sem-vergonhice, além das políticas sociais que não passam de medidas eleitoreiras e populistas, sem contar que jogaria definitivamente o Brasil no mesmo caminho de Bolívia, Venezuela, Equador e Cuba, o sonho-mor de Lula e sua gente.

Com Marina Silva eleita, como se sustentaria sem base parlamentar? Seria a reedição do que aconteceu com Lula e a pergunta que se faz é se Marina teria o pragmatismo e o sangue frio de corromper para obter apoio? Ou faria como Lula fez, ao ver o seu esquema corrupto ser descoberto – negar que tinha conhecimento?

Aécio Neves
Antes da morte de Eduardo Campos, era certo que Aécio iria para o segundo turno. Hoje, o PSDB busca desconstruir Marina. Reprodução Facebook

Marina Silva é a maior incógnita desta eleição e espera-se que o Brasil não seja chamado a pagar a conta da sua inexperiência e falta de traquejo administrativo.

Há ainda Aécio Neves e o que seria do Brasil com ele?

Seria a repetição dos governos de Fernando Henrique Cardoso? Estabilidade econômica, mas e o resto? E as privatizações? E os escândalos?

A única certeza hoje é que diante de Dilma do PT, de Marina do PSB, de Aécio do PSBD, paira a sombra maléfica de Lula e suas práticas e o certo mesmo é que o futuro do país a Deus pertence…

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros