Quezia e Abisai Silva são paranaenses de Umuarama, moram anos em Lowell, e estão nos Estados Unidos há 10 anos, são pais de Rubinho, três anos e de Rebekah de 1 ano e nove meses.
Com 18 de semanas de gestação, Rebekah foi diagnostica como sendo portadora de uma má formação que costumeiramente atinge em meninos chamada Hipoplasia no coração do lado esquerdo – Hypoplastic left heart syndrome. Desde que nasceu, Rebekah, já passou por cirurgias e há duas semanas, teve um pequeno stroke e está conectada numa máquina ventricular no Children’s Hospital em Boston.
Quezia Oliveira Silva, a mãe de Rebekah deu o seu depoimento com exclusividade Jornal dos Sports onde conta do seu drama e das expectativas de que sua filha supere os graves problemas de saúde.
“Rebekah nasceu com uma má formação em seu coração, esta síndrome se chama Hipoplasia no coração do lado esquerdo – Hypoplastic left heart syndrome e ela não tem a parte esquerda do coração, ou seja, o ventrículo esquerdo tem a função de mandar sangue pra todo o corpo. Sem esta parte nossa filha não sobreviveria sem passar por uma minuciosa cirurgia aos três dias de vida, o que aconteceu no dia 9 de maio de 2013. Rebekah se recuperou muito bem e em 21 dias ela recebeu alta do hospital. Mesmo tendo que tomar remédios por toda a vida e com muita dificuldade conseguíamos vencer dia após dia. Com cinco meses de vida nossa filha iria passar pela segunda cirurgia. Esta etapa da vida dela teve alguns obstáculos a mais a ser superados. Além de ter uma recuperação um pouco mais difícil, sua artéria esquerda estava atrofiada e seu pulmão esquerdo na parte superior estava completamente coagulado. Foram feitos dois cateterismos para tentar limpar a artéria e colocar um stent – uma pequena tela que mantém a artéria aberta. E Rebekah começou a tomar injeções diárias para que seu sangue afinasse. Em meio as dificuldades, idas e vindas a médicos tudo ia muito bem, até que no mês de junho de 2014 ela ficou bastante inchada e tivemos que fazer outro cateterismo descobrindo assim que a única parte de seu coração, a direita estava bastante cansada e por isso não estava bombeando sangue corretamente, novas medicações vieram e passamos a ser observados também pela equipe de transplante de coração. E assim foi de forma tranqüila até o mês de outubro quando fomos para uma consulta de rotina e eles perceberam que seus batimentos cardíacos estavam descompassados, e pela terceira vez Rebekah teve o seu peito aberto para colocar o marca-passo. sua recuperação foi muito difícil e dolorida porque o seu coração não estava conseguindo bombear sangue. E no feriado de Thanksgiving, Rebekah não demonstrava nenhum ânimo, então no dia 1º de dezembro levamos Rebekah ao hospital e o diagnóstico foi que seu coração não iria agüentar por muito tempo. Nas primeiras semanas Rebekah reagiu de forma lenta porém positiva. Mas no dia 18 de dezembro sua situação piorou e ela teve que ser posta em uma máquina para fazer o que seu coração não conseguiria mais, bombear sangue! – Ventricular assist device. No entanto, os riscos são enormes pois ela pode sofrer um derrame e outras coisas relacionadas ao cérebro. No dia 22 de dezembro seu rim piorou e quase não funcionava mais. Rebekah fez hemodiálise por uma semana e graças a Deus seu rim já funciona normalmente. Hoje Rebekah foi colocada na lista de espera de transplantes e estamos esperando fielmente por um novo coração. Não sabemos quantos dias ainda que teremos que contar e esperar e nem como eles serão. Mas não vamos desistir de lutar”.
A família Silva, necessita de orações e preces em favor de Rebekah e quem quiser falar com Quezia Silva pode faze-lo através do telefone 781.315-1342.
O que é?
A Síndrome de Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE), ou Hipoplasia de Ventrículo Esquerdo é um problema grave que envolve várias partes do lado esquerdo do coração. É bastante rara e ocorre em cerca de 1 a cada cinco mil bebês nascidos vivos. A síndrome compreende 8% de todos os casos de cardiopatias congênitas. É um dos três defeitos mais comuns que causam problemas em recém-nascidos. Nos EUA, cerca de 1000 bebês com SHCE nascem todos os anos. Dois terços dos bebês afetados são meninos. A maioria dos bebês com SHCE são saudáveis em outros aspectos, mas alguns têm outros problemas de saúde que incluem outros problemas cardíacos, problemas neurológicos.
Publicada originalmente no Jornal dos Sports USA
