Assédio sexual, moral e discriminação

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Um escândalo de assédio sexual atingiu em cheio a televisão brasileira com a revelação de que o ator José Mayer molestou a figurinista Susllem Meneguzzi Tonani reiteradas vezes nos últimos meses em que o artista esteve no ar com a novela ‘A Lei do Amor’, que terminou recentemente.

Primeiro, José Mayer negou que tivesse praticado qualquer ato contra a figurinista, mas diante dos fatos, testemunhas e circunstâncias a emissora ficou ao lado de Susllem e afastou o artista por tempo indeterminado de qualquer trabalho futuro.

Milhares de pessoas, principalmente mulheres são assediadas moral e sexualmente todos os dias, principalmente nos ambientes de trabalho e acadêmico. Muitas não reclamam ou levam adiante qualquer denúncia por terem medo do confronto e da palavra contra palavra ou por não poder provar nada diante das autoridades.

Há também as situações de discriminação de raça, gênero, sexismo e tipo que se sucedem aos milhares. Uma situação de racismo, sexismo e preconceito foi vivido pela brasileira Maria – os nomes, a empresa e os valores obtidos serão omitidos por causa de uma cláusula de confidencialidade que faz parte do acordo indenizatório.

Trabalho em uma grande empresa e no nosso setor há cerca de 18 mulheres e três homens, sendo que um deles era o manager da área. No total éramos quatro imigrantes, eu que sou brasileira, uma venezuelana, uma marroquina e uma italiana, e as outras pessoas são americanas. Com as americanas o manager nunca mexeu, mas com nós quatro era um ambiente horrível. As piadas eram sempre de cunho sexista e machista, principalmente comigo, com a venezuelana e com a italiana. Na medida em que o tempo passava e diante das investidas dele, que foram todas rechaçadas, a intolerância por parte do manager foi aumentando. Em mim ele nunca tocou de modo inapropriado, mas o linguajar dele era o pior possível. Ele passou a me chamar e às outras de gostosas, e de uma série de outras palavras. Um dia ele me disse que tudo poderia mudar se eu topasse sair com ele. A partir daí e incentivada pelas funcionárias americanas tomamos uma atitude e procuramos a direção da companhia. Foi pior ainda, pois ele se sentiu ofendido e a solução foi buscar a justiça. A ajuda e o testemunho das mulheres americanas foi determinante. Quando a empresa viu que as coisas iam complicar propôs um acordo e aceitamos. Hoje, como medida preventiva contra assédio e discriminação foram adotados uma série de dispositivos. O manager foi demitido e foi imposto a ele pelo acordo, que fizesse parte de um grupo terapêutico de abusadores e homens violentos”, diz Maria. O acordo com as quatro mulheres alcançou o total de cerca de US$ 1 milhão.

Para ler outras reportagens e histórias sobre racismo, preconceito e discriminação postadas no blog, clique aqui, aqui, aqui, e aqui.

Prestação de serviço
Se foi vítima de discriminação e/ou assédio por causa de raça, etnicidade, religião, gênero, orientação, sexual, identidade sexual, deficiência, status imigratório ou país de origem
Fair Housing Office
U.S. Department of Housing and Urban Development
Thomas P. O’Neill Jr. Federal Building
10 Causeway Street, Room 321
Boston, MA 02222-1092
Telefone (617) 994-8300 o 1-800-827-5005
Fax (617) 565-7313 • TTY (617) 565-5453
E-mail: Complaints_office_01@hud.gov
É um órgão federal em Boston, que analisa e age em casos semelhantes.

Office of the Attorney General
Civil Rights Division
One Ashburton Place
Boston, MA 02108
Direitos civis: 617.963-2917
Linha de emergência
1.800-994-3228

Fotos de capa e de compartilhamento: reprodução de redes sociais

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros