Caros leitores, hoje não poderia deixar de falar sobre graça, palavra que provém do latim gratia, que deriva de gratus e que em sua primeira acepção designa a qualidade ou conjunto de qualidades que fazem agradável a pessoa que as têm. No começo do século XX, costumava-se dizer: “qual é a sua graça?” para perguntar “como você se chama?”. Graça pode ser vista com um favor que se dispensa ou recebe; mercê, dádiva. E ainda como um dom que Deus concede aos homens e que os torna capazes de alcançar a salvação.
Como podemos ver a palavra graça tem vários sentidos porém, mas hoje aproveitando a ocasião do dia de Ação de Graças; vou me ater ao sentido de Graça como agradecimento. O dia de Ação de Graças, o Thanksgiving Day, é um dos feriados mais importantes aqui nos Estados Unidos e no Canadá e que teve origem no século XVI, em Plymouth Colony, Massachusetts, região de New England, onde os habitantes da vila realizaram uma festa para comemorar a colheita dos alimentos daquele ano. Isso porque eles passaram por invernos muito rigorosos.
Foi a partir de 1620, depois de muitas intempéries, que os peregrinos fundadores da vila, passaram a festejar a boa safra. Em 1621, a fim de repetir o agradecimento pelas colheitas, o governador da vila organiza a “Festa no Outono” entre os colonos e americanos nativos. Esse evento foi composto de pratos variados como milho, peixe, patos, abóboras e perus. Por isso, as famílias se reúnem em comemoração manifestando carinho e agradecimento durante um jantar de confraternização que tem peru e torta de abóbora como destaques.
Em nossa comunidade a importância e comemoração não tem a mesma relevância do que na comunidade americana e hoje gostaria de fazer uma reflexão. Será que nós imigrantes não teríamos que agradecer ainda mais pelas oportunidades de estar em um país que não é nosso de origem? Ser gratos por poder usufruir de algumas melhorias e regalias que não teríamos em nosso país? Será que não deveríamos agradecer por podermos adquirir bens materiais capazes de auxiliar nossas famílias em nosso país? Sermos gratos por permanecer mesmo em condições anormais e viver bem? E por fim o mais importante agradecer Àquele que nos proporcionou, proporciona e proporcionará tudo isso?
Parafraseando, será que não deveríamos ser mais gratos do que os americanos, uma vez que nossas bênçãos e graças são incontáveis e diárias? Gostaria de destacar que o os habitantes da vila realizaram uma festa para comemorar a colheita dos alimentos daquele ano. Isso porque eles passaram por inverno muito rigoroso, venceram e talvez não ficaram ricos mas preservaram os bens maiores: a fé, a vida, o trabalho e sua família.
Mas, como disse, minha intenção é única e exclusiva de lançar uma ação reflexiva sobre gratidão e os pontos primordiais que merecem agradecimentos. Não só no dia de Ação de Graças mas todos os dias.
A escolha e decisão é de cada um, pois cada um tem a sua própria vida, escolhas e consequências. “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” – Efésios 2.8-9.