Não chore por nós Argentina…

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Terminou neste domingo, a melhor de todas as copas do mundo e a bola fez justiça com a melhor e mais preparada seleção nacional, premiando a Alemanha com o título almejado pelas outras 31 nações que disputaram o Mundial do Brasil.

A Alemanha começou a dez anos um planejamento sério, profundo, com moralidade e investimentos buscando formar uma geração de vencedores e para isto envolveu milhares de pessoas e outros milhões em dinheiro. E o resultado apareceu depois de alguns fracassos e respectivas correções de rota.

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Joachim Löw foi o grande comandante do triunfo alemão que começou a ser planejado a dez anos

Joachim Löw capitaneou o trabalho de campo e tratou de fazer com que os seus escolhidos corressem por ele e pela pátria, tendo sempre a certeza de que entendiam com clareza e perfeição o que queria que fosse feito. A Alemanha foi vice-campeão em 2002 e terceiro lugar em 2006 e 2010 e a 24 anos não conquistava o título mundial. Já na Eurocopa caiu fora na primeira fase em 2004 e 2004, chegou na final em 2008 e na semifinal em 2012. Nem mesmo a derrota na semifinal em 2006 serviu para impedir o planejamento alemão e o terceiro lugar foi uma espécie de prêmio de consolação, já que naquela época a torcida abraçou e acalentou o time.

Ou seja, todo o esforço não foi descartado e nem o planejamento ficou pelo caminho por causa de um mau resultado. O resultado é nenhuma seleção chegou ao Brasil tão bem preparada para joga a Copa do Mundo e o planejamento teve minúcias e requintes que nem o próprio país anfitrião teve, a começar da construção da própria concentração num paraíso na Bahia. O elenco teve sempre a família por perto levaram tudo com a seriedade e o foco bem ao estilo germânico.

Aliás, foco e dedicação com cada qual sabendo exatamente o que teria que fazer, incluindo toda a delegação e nada na Alemanha estava fora do lugar e mostraram como o futebol deve ser sempre jogado – para a frente.

Campeã Alemanha 3
Götze, um dos jovens e eficientes craques da Alemanha fez o gol do título

Se Brasil ou Argentina ganhassem a Copa do Mundo, isto serviria para corroborar trabalhos falhos e a beira da mediocridade – caso do Brasil, além do improviso característico destes países. Já a Holanda é um caso a parte e que já faz por merecer um título a despeito do seu treinador nesta competição. Os puristas podem dizer que a Alemanha conquistou um título sem um grande craque. Mas quem precisa de um grande craque quando se tem jogadores talentosos, dedicados, obedientes taticamente e sobretudo frios e eficientes. Quem precisa de craques quando se tem a disposição gente como o goleiro Neuer – um dos mais eficientes dos líberos da Copa, Lahm, Hummels, Schweinsteiger, Toni Kroos, Müller, Klose, Özil, Khedira e Götze?

A goleada histórica imposta ao Brasil não foi um acaso ou casualidade e muito menos fruto do tal do ‘apagão’ que a nossa seleção teria sofrido, foi sim fruto de um trabalho primoroso que culminou com o título mundial por esta geração que começou a ser preparada a 12 anos atrás. Jamais Brasil e Argentina estiveram tão perto e ao mesmo tempo imensamente distantes do título, atropelados que foram pelo eficiente e brilhante futebol alemão.

Se na terça-feira, os argentinos riram e ridicularizaram o Brasil, no domingo foi a vez do brasileiro dar o troco – se bem que ainda lambendo as feridas – mas podendo dizer que a Argentina não precisa chorar por nós. Que chorem por eles mesmos…

 

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros