“FUI agredida’; diz brasileira envolvida em incidente com trumpista

Incidente envolveu uma brasileira e um homem que usava um boné da campanha presidencial de Donald Trump

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EXCLUSIVO
Rosie Santos mora há 20 anos nos EUA e afirma que nunca esteve envolvida em qualquer incidente anteriormente

Rosiane Santos, havia recebido uma boa notícia na sexta-feira, 15, e para comemorar foi ao Casa Vallarta Mexican Restaurant em Falmouth, Massachusetts, mais uma vez, já que frequenta o local há pelo menos três anos. Naquela noite, enquanto esperava pelo seu marido, Rosie se envolveu em um incidente com o americano Bryton Turner que usava um boné vermelho com a frase ‘Make America Great Again’, que serviu como símbolo da campanha de Donald Trump à presidência da República, em 2016. 

Com exclusividade, Rosiane que é conhecida como Rosie falou com blog MundoYes.com e foi enfática ao dizer que foi agredida verbalmente. “Ele me agrediu e atacou primeiro, só que isto não foi gravado por ele. Ele só gravou a minha reação”. O vídeo gravado por Bryton Turner viralizou nas redes sociais e o incidente foi notícia em todo os Estados Unidos.

Rosie tem a desconfiança que foi envolvida em uma armadilha pois muitas coisas estavam estranhas naquela noite. “O restaurante estava vazio e me sentei no bar, logo chegou uma americana que se sentou ao meu lado. Depois chegou o rapaz do boné vermelho do Trump e se sentou perto de nós. No início eu não vi o boné dele, e foi a americana que viu. Aí, ela perguntou o que ele com aquele boné estava fazendo em um restaurante mexicano? Ele respondeu com ironia que fazia o que queria, inclusive estar ali. Eu entrei na conversa e reafirmei para ele o que a americana havia dito, de que ele não deveria estar ali”, diz.

O homem então provocou Rosie e a mulher dizendo que naquela noite o presidente ‘dele’ havia anunciando que iria construir um muro na fronteira com o México e que Rosie e todos os imigrantes teriam de voltar para o país deles, pois seriam mandado embora.

Rosie afirma que bebe socialmente e admite que naquela sexta-feira, havia bebido dois drinks e foi aí que as coisas tomaram um rumo diferente. “Eu fiquei muito nervosa e perdi o controle pois me senti discriminada, ofendida e vítima de racismo, pela forma como ele falou especificamente comigo. Além disto, ele debochava de mim o tempo todo e o que me chamou a atenção o fato de que embora eu jamais o tenha visto ali ou em qualquer outro lugar, ele me chamou pelo nome, sabia que eu sou brasileira e me disse ‘ bye bye Rosie’, quando eu fui levada pela polícia, insinuando que eu seria deportada”, continua. “Com tudo isto, eu me descontrolei e tentei tirar o boné da cabeça dele e cheguei a tocar nele, mas não o agredi em momento algum e a filmagem que ele fez reafirma tudo isto. Não posso mentir e negar que não gosto do Trump e vejo aquela frase no boné como racismo e eu queria era mesmo arrancar aquilo da cabeça dele. Ele não gravou a provocação que me fez e dizia o tempo todo que o presidente mandaria todos os imigrantes embora”, afirma.

Diante das provocações Rosie diz que ficou possessa e furiosa, mas em momento algum teve a intenção de agredi-lo e tampouco foi agredida fisicamente, a não ser por palavras. “Irritada com aquela situação, eu pedi para fechar a minha conta e ir embora, e foi aí que chegou a polícia e me levou. Eu não sabia que é crime encostar em qualquer pessoa. Ele só filmou na hora que a polícia chegou e depois jogou o vídeo nas redes sociais”, continua.

Rosie diz que ficou detida por pouco mais de uma hora e em uma audiência que aconteceu na Corte Distrital de Falmouth na quarta-feira, 20, ela não admitiu culpa e uma nova audiência foi marcada para o dia 20 de março.

“Aprendi uma lição de que não devo me envolver em qualquer confusão com quem quer que seja, pois a discussão era entre a mulher e o cara do boné do Trump e passei um fim de semana muito mal com tudo isto. Sai para me divertir e comemorar um dia especial e me envolvi em um incidente muito ruim. Sei que errei por tentar tirar o boné da cabeça dele, mas eu sou a vítima, eu sofri bullying e fui discriminada por ele e ainda fui ofendida por palavras pesadas”, finaliza.

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros