Edel Holz comemora 50 anos. Com arte

Edel Holz comemorará os seus 50 anos como gosta. Trabalhando com teatro e arte

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Edel Holz chegou nos Estados Unidos em 2001, antes dos atentados contra o World Trade Center, para estudar cinema e assistir espetáculos na Broadway em NY. Queria também juntar dinheiro para comprar um apartamento para o pai e não fez nada disto. “Acabou que trabalhei pra caramba, não juntei dinheiro nenhum, me casei com um gaúcho, engravidei, tive uma filha linda e acabei voltando ao teatro após anunciar em um jornal na época, um curso livre meu para quem quisesse ser feliz. Tive 30 alunos e daí para a frente nunca mais parei”, diz Edel.

Teatro de Terror, no Teatro da Praia em Copacabana. Acervo pessoal

“Comecei muito cedo minha carreira teatral em Passos, MG, minha cidade, nos espetáculos do meu irmão Gustavo. Depois fui para o Rio tentar a sorte. Cursei a escola de Teatro Martins Penna, depois entrei para o Teatro de Terror, no Teatro da Praia em Copacabana, onde contracenávamos com grandes artistas como o Miguel Falabella, Everton de Castro, Antonio Pedro, Anselmo Vasconcellos, Gustavo Machado, e Alexandra Richter entre outros. Na Globo vivi a Dirce na novela ‘Salsa e Merengue’ e fiz uma participação em ‘Tropicaliente’. Em ‘Incidente em Antares’, dirigido por Paulo José tive o prazer de dividir o mesmo camarim com Marilia Pera e Fernanda Montenegro”, continua.

Edel afirma que perdeu a conta de quantos espetáculos promoveu nos Estados Unidos desde 2004. “O primeiro foi ‘Meu Brasil é Aqui’. Daí veio a comédia ‘Vivendo na América’ com Luis Salem como ator convidado. Em 2007 trouxe Stenio Garcia e Sydney Magal para participarem dos espetáculos ‘Mulheres’, ‘Comédia da Vida Real’ e ‘Brega é quem me diz’. Em 2009, criei ‘Os Silva na América’ que caiu no gosto popular, convidamos Fabiana Karla em 2010 para uma pequena turnê em Massachusetts. Em 2011 ‘Os Silva na América’ virou DVD que pode ser acessado no YouTube e em breve faremos a série ao vivo pelo canal Negócio Fechado no Facebook”, diz.

“O trabalho sobre as artes e o teatro é impressionante. Tiro forças dos céus. Andreza (Moon) sempre comigo, minha família e atores queridos que posso contar sempre. Acho um trabalho importante porque dá para os amantes do palco a oportunidade de dividirem o tablado com artistas consagrados, de aprenderem o ofício de ator e ainda terem o privilégio do aplauso. Fora isso, para gente que tem o teatro como profissão, é um sonho poder exercitar sempre a arte. No meu caso, desengavetar meus textos e poder emocionar as pessoas através das minhas ideias, é algo inexplicável. Por outro lado, o teatro infantil ensina crianças e adolescentes à arte de interpretar, mantendo-as ocupadas fazendo algo que amam sem espaço para experimentarem os riscos comuns desta fase da vida. Além de poderem praticar o português, conhecer a história do Brasil e as músicas do cancioneiro popular e ainda leem na nossa língua pátria. O que precisamos é de um teatro nosso e empresas que patrocinem produções o ano inteiro”, diz sobre o trabalho de produzir, dirigir e as vezes interpretar.

“Fazer 50 anos assusta a gente. Menopausa, calorão, ansiedade, depressão, óculos para ler. Mas eu tenho muitos projetos e sonhos, não paro de buscar coisas novas”, sobre fazer 50 anos.

“Quando me perguntam se tenho alguma frustração, costumo responder que frustração é uma palavra perigosa, forte, que não gosto de usar. Não sou frustrada porque não consigo parar. Estou sempre criando, inovando, perseguindo o sonho de viver do que amo. Talvez a frustração de não estar vivendo disso e de dar aos meus atores a oportunidade de experimentarem ganhar dinheiro só fazendo isso. Mas não paro de lutar. Sophia me apresentou o filme ‘Sing’ da Disney e eu me apaixonei pelo Koala. Ele perde seu teatro, tudo desaba sobre ele, mas ele não desiste de sonhar. Daí Sophia disse: – Mãe, o Koala é um guerreiro que nem você. Ele não desiste. E eu chorei demais porque realmente me identifiquei com o Koala. Não deixo a peteca cair”, sobre as frustrações.

“Minha família original pai, mãe, meus irmãos Gustavo e Douglas, a família que meu irmão Douglas me deu: minha cunhada, sobrinhos queridos, a que construi para mim aqui, o nascimento da Sophia na água que nem peixe. Minhas amigas de infância, amigos que conquistei depois”, sobre a família.

“A Flor Cômica’, esse espetáculo que completa 20 anos de estrada. Mil e quinhentas apresentações, viajei muitas cidades no Brasil entre elas Rio de Janeiro, São Paulo, Passos, Ribeirão Preto, Belém do Pará. São poesias cômicas teatralizadas e mostro minha versatilidade apresentando onze diferentes personagens, me sentindo em forma entrando nos cinquenta”, sobre o espetáculo que vai apresentar.

Andreza Moon está produzindo o aniversário de Edel Holz. ‘A Flor Cômica’ que terá única apresentação é um espetáculo só para convidados e a censura é de 14 anos.

Prestação de serviço
50 Anos de Edel Holz
A Flor Cômica
Participação de Robson Lemos e Fernando Araújo
Trilha sonoro, voz e violão de Fernando Holz
Sexta-feira, 15 de setembro – 7 PM
Art at Armory
191, Highland Ave
Somerville, MA

Fotos: Sissi Rodrigues/GaleraTop.com

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros