A nova era Dunga

0
958

Nem bem Luiz Felipe Scolari e sua troupe foram despachados, a CBF anunciou na quinta-feira, 17, Gilmar Rinaldi como o novo homem forte de todas as seleções brasileiras. A escolha provocou surpresa em muita gente que esperava o nome de Leonardo que acumulou experiência como jogador, ex-dirigente e treinador na Europa.

Mas quem achou que as surpresas tinham acabado, se espantou mais ainda quando soube que o nome do novo treinador da seleção brasileira é Dunga. Sim, ele mesmo, técnico por quatro anos do Brasil, onde ganhou a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações em 2009 na África do Sul.

Não se pode dizer que a campanha de Dunga à frente do selecionado brasileiro tenha sido ruim – foram 60 jogos, 42 vitórias, 12 empates e seis derrotas, e certamente a mais dolorida delas foi para a Holanda com falhas individuais de Júlio César e Felipe Melo.

N copa de 2010, Dunga bateu o pé de não convocou Neymar e Paulo Henrique Ganso, dois craques em ascensão e que carregavam o Santos nas costas. O treinador disse que não ia leva-los e não levou mesmo.

O Brasil terminou em sexto lugar no mundial da África do Sul e Dunga perdeu o seu emprego, dando lugar a Mano Menezes que por sua vez e por razões políticas deu a vez a Luiz Felipe Scolari e o resultado foi a mais desastrosa participação brasileira nas últimas décadas, menos pelo quarto lugar e sim pelo fiasco de ter sido goleado pela Alemanha por 7×1.

A impressão que se tem é que alguém errou ao demitir Dunga em 2010, e alguém erra ao contrata-lo em 2014. Certamente uma das duas coisas está errada. Resta saber se não vai redundar num novo vexame.

Dunga terá a incumbência de renovar o futebol brasileiro já a partir dos amistosos que vão acontecer em 2014, da disputa da Copa América que vai valer uma vaga para a Copa das Confederações em 2017 na Rússia e para as Eliminatórias, incluindo aí os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

Jamais uma seleção brasileira mostrou tanta instabilidade como nesta Copa do Mundo e Dunga que é extremamente disciplinado e focado no seu trabalho terá um longo caminho de restabelecer o respeito do mundo pelo futebol brasileiro, além de ser disciplinado e coerente com as suas convicções.

É de se esperar que os patrões de Dunga deem a ele o respaldo necessário para enfrentar as críticas e os problemas que certamente virão pela frente e que ele não seja um mero para-raios dos homens que comandam a décadas a CBF.

Nesta terça-feira começa uma nova etapa do futebol brasileiro e a torcida é que não seja uma nova Era Dunga, que no passado representou fracasso e despreparo. Que essa nova Era Dunga seja de vitórias, triunfo e que o Brasil volte a ocupar o lugar no topo do futebol mundial.

 

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros