É impressionante como nossa vida está corrida. Todo mundo tem tanta coisa para fazer que parece até que o dia precisava ter mais horas. Esta é a história de todos nós, o dia mal começa e já nos sentimos atolados, certos de que na melhor das hipóteses, grande parte da nossa lista de afazeres ficará para o próximo dia. Esta situação gera angústia, frustração e não poucas vezes desencadeia um processo de ansiedade adoecedor.
Parece-me que no meio da comunidade imigrante este problema tem se acentuado cada dia mais. Entre os trabalhos, note o plural, e a carga horária que agora não se restringe mais a 40 horas semanais, adicionado todos os diversos afazeres e de uma demanda para se adquirir cada dia mais e mais bens o tempo passa com uma rapidez impressionante.
O grande problema com esta correria é que ela começa a nos roubar o que é essencial, o que tem real valor, o que realmente fica, e também o que é eterno. Geralmente deixamos de lado os amigos, abandonamos o cônjuge, desprezamos os filhos, desvalorizamos as relações afetivas e acima de tudo relegamos a uma categoria de menos importância nosso relacionamento com Deus. Não temos mais tempo para orar ou meditar em nossa condição espiritual.
Não percebemos que existem coisas que demandam tempo para serem aperfeiçoadas. Um bom vinho para ser apreciado pelo exigente paladar que precisa de anos de descanso em local apropriado. O casamento para ser prazeiroso necessita de amor, qualidade de tempo, romance, confiança e carinho. Filhos bem ajustados são geralmente fruto de famílias onde os pais dedicam tempo à educação dos mesmos.
Michelangelo não pintou a Capela Sistina em alguns dias mas levou cerca de dezesseis anos, por isso ainda hoje depois de cinco séculos as pessoas ainda em estado de espanto admiram aquela maravilhosa obra de arte.
Precisamos aprender a discernir entre o importante e o urgente, pois gastamos grande parte do nosso tempo no que é urgente enquanto deixamos de lado o que é importante. Quando acordamos estamos estressados, desanimados, nervosos e completamente abatidos. Não percebemos que nossa criação demanda uma vida equilibrada, centrada, com prioridades bem definidas; aliás, a palavra de Deus nos ensina que “Há tempo para todo propósito debaixo do céu” e que ainda há tempo de fazer e tempo de deixar de fazer, de rir e de chorar, de edificar e de derribar, ou seja, precisamos viver de forma equilibrada.
Mas as demandas são muitas e as exigências infindáveis e então continuamos a viver a vida como uma “roda vida” tudo porque nos esquecemos das palavras do próprio Jesus “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”, por isso da próxima vez que você sentir vontade de dizer “pare o mundo eu quero descer” pare pra pensar sobre como você está usando o seu tempo.
