A falácia dos militares

Militares de qualquer força ou patente devem respeito à sociedade civil

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Militares não são forças moderadoras da democracia. Foto: reprodução Twitter

– Os militares brasileiros são incorruptíveis!

– Durante a ditadura militar não houve corrupção no Brasil!

– Os militares salvaram o Brasil do comunismo!

Eis algumas bobagens propagadas por canalhas e imbecis.

Canalha, porque sabe que houve muita corrupção e que o Brasil jamais correu qualquer risco de uma “revolução comunista” em tempo algum.

Aliás, esse é o típico discurso para enganar trouxa!

Imbecil, porque não sabe nada, não lê nada, nunca estudou o assunto e baseia seus argumentos em teses fantasiosas e falaciosas.

É a tal dedução burra!

Um exemplo são os militares que passaram quatro anos pendurados no governo passado atrás de uma boquinha apoiando um delinquente bravateiro.

Em nenhuma outra democracia vamos encontrar militares ocupando cargos políticos. Só no Brasil.

O que é uma indecência. Uma imoralidade.

Basta ver a atuação do general Pazuello e a corrupção estabelecida no Ministério da Saúde no governo passado. Um desastre em todos os sentidos.

Um sujeito sem a mínima capacidade e formação para o cargo.

A ditadura militar alargou nossa desigualdade social e aprofundou nossa pobreza e ignorância, impondo ao país um atraso que se reflete até os dias atuais.

O Brasil é um dos raros países do continente Sul-Americano que não puniu os criminosos fardados da ditadura militar.

Esta aí um dos graves e imperdoáveis erros da sociedade brasileira, que deveria ter cobrado punições severas como fez o Chile, Uruguai e Argentina, que não cessaram seus gritos por justiça.

Lugar de agentes públicos que usam a máquina do estado para cometer crimes e assassinatos de civis é a prisão perpétua sem perdão.

É bom lembrar que a polícia militar brasileira é a que mais mata no mundo. Geralmente e quase sempre, pobres e negros das periferias.

Forças Armadas é um ente de Estado e não de um partido ou de um político.

Um militar deve ficar ausente do debate político. Não é seu papel e sua função.  

Se der pitaco em entrevistas ou através de redes sociais sobre decisões do Congresso, do Supremo Tribunal Federal ou do presidente e ministros, deveria ser preso imediatamente e responder internamente pela agressão.

Como aconteceu tempos atrás no Uruguai, quando um oficial das Forças Armadas criticou uma decisão do governo e pegou 30 dias de cana.

É assim que funciona numa democracia.

Ela oferece liberdade, mas impõe certos limites. Nem tudo é permitido. Regras precisam ser obedecidas por todos, independente do papel que ocupe. É o ônus de viver em sociedade.

E no avanço do estado primitivo para o “civilizado” que deu a um grupo de pessoas o privilégio de usar farda e portar armas com obrigações claras que devem ser rigorosamente cumpridas dentro da lei e da ordem.

A essa sociedade civil eles devem respeito e obrigação e não ao contrário.

Eles existem como instituições porque assim a sociedade organizada permitiu.

Quando um militar da ativa ou da reserva aparece pregando golpe de estado e ameaçando outros poderes, como aconteceu várias vezes no governo passado, participando de passeatas pedindo a volta dos militares ao poder, ele está colocando em risco não apenas a segurança nacional e a ordem pública, mas a democracia.

E mais grave ainda, agredindo as instituições, às Forças Armadas e o pior, a Constituição que ele jurou respeitar e defender acima de tudo.

Esse militar precisa urgentemente ser parado e rigorosamente punido.

Um bom exemplo é os Estados Unidos. 

Basta ver e ouvir o que falou no final do mandato de Donald Trump, o chefe do Estado Maior, general Mark Milley, o homem que comanda a maior máquina militar do planeta, sobre o papel das Forças Armadas.

Somos únicos entre os militares. Não fazemos juramento a um rei ou rainha, a um tirano ou a um ditador. Não fazemos juramento a um indivíduo. Não fazemos juramento a um país, a uma tribo ou religião. Fazemos juramento à Constituição. Cada soldado representado neste museu, cada marinheiro, aviador, fuzileiro naval, guarda costeiro, cada um de nós protegerá e defenderá esse documento, independente do custo pessoal.

No dia seguinte, depois de participar de uma caminhada com Trump e posar para uma foto em frente a igreja de St. John, próxima à Casa Branca, durante os protestos contra o racismo em um dia de extrema violência policial, gravou um vídeo pedindo desculpas ao país.

Eu não deveria estar lá. Minha presença naquele momento e naquele ambiente criou uma percepção de envolvimento dos militares na política interna”.

Somente numa republiqueta de bananas militar se mete em política. Se mete onde jamais deveria estar. 

Gerald D

O gremista Gerald D escreve sobre artes, literatura, futebol e política com muita propriedade e consciência, o que reflete o seu gosto apurado pela boa leitura

1 COMMENT

  1. Esse texto deveria estar em todas as redes sociais para que brasileiros possam ler e ter a consciência do papel dos militares.
    Esse texto traz conhecimento real de como o Brasil está refém de militares na política.
    Esse texto traz a luz, a ignorância da população que não sabe de nada, mas opinam em tudo.

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