UM homem digno nos governará

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Joe Biden foi eleito em novembro para governar os EUA

A comunidade de estrangeiros – principalmente os brasileiros, que estão nos Estados Unidos podem dizer aos seus filhos e netos, que viram um fato ou melhor, uma parte importante da história deste país ser escrita diante dos seus olhos com a eleição de Joe Biden para presidente.

A palavra que mais se tem ouvido nos últimos meses é que o presidente Biden não seria eleito por causa das suas posições progressistas, liberais e sobretudo por causa da grave situação da economia americana. Os republicanos pegaram pesado, mas mesmo assim, Biden foi consagrado nas urnas e com sobras no colégio eleitoral.

A escolha de Joe Biden e sua vice, Kamala Harris enche de esperança milhões de indocumentados, mesmo que ele tenha tocado timidamente no assunto imigração na sua campanha eleitoral, e há de se crer que por causa do seu passado como senador e vice-presidente que seja sensível aos sofrimentos e apreensões de uma multidão de pessoas que hoje vivem nas sombras quase sem nenhuma perspectiva. 

Viveremos sim, a partir desta quarta-feira, 20 janeiro um novo tempo e só o passar dos dias é que dirá se será bom ou ruim. Claro, que nós que fazemos parte deste país, esperamos que seja de fato bom e marcante para cada um, e cremos que a eleição de Biden será sim um tempo de boas notícias, apesar de algumas figuras agourentas entre os brasileiros-republicanos que não poupam esforços para predizer um futuro pouco promissor para o novo período de governança.

O mundo carece de novos líderes, que tenham a mente arejada, que remem contra a maré do pessimismo, do divisionismo, do negacionismo e das barreiras que são impostas por sistemas políticos baseados muitas vezes no preconceito, na raiva, no não, no impedimento, que foi a causa pela qual uma anistia ou uma nova lei de imigração não foi discutida no Congresso por imposição e oposição dos parlamentares republicanos, notadamente avessos ao tema.

Os desafios de Joe Biden serão imensos pois ele terá que governar inclusive para quem não votou nele, a começar na área econômica, cuja crise provocada pela pandemia vai demorar tempo para ir embora de vez. Biden terá que cuidar também para que o país não entre de vez numa recessão, que seria péssima e catastrófica para o mundo. Há também os graves problemas sociais que desde há muito tempo mostram os desníveis da América, sem contar o surgimento de graves e inoportunas questões raciais, promovidas por grupos de supremacistas brancos, neonazistas e preconceituosos em geral.

No entanto, vemos que Joe Biden é determinado e tem o viço dos vencedores como mostra a sua triunfante carreira política e certamente saberá e terá as estratégias para cada coisa ao seu devido e apropriado tempo no mandato. É possível ver nele o destemor de quem não hesita em enfrentar o sistema pré-estabelecido e não escrito de que ele não poderia ser presidente dos Estados Unidos, que ele enfrentou e provou que pode sim, pois não aceitou que lhe dissessem isto e decidiu fazer história ao ter na sua chapa, uma mulher, negra e filha de imigrantes. Não teve medo de cara feia ou de pressões. Guardadas as devidas proporções, cada um de nós enfrentou restrições e negativas de que não íamos conseguir chegar até aqui, mas chegamos e agora vamos esperar que o nosso – sim, pois vivemos aqui – presidente tenha sucesso e continue a escrever a história de modo digno e honesto, como só os vencedores sabem fazer. 

Nosso desejo e torcida é para que o presidente Joe Biden seja tocado e compadecido e promova de uma vez por todas uma reforma imigratória abrangente e definitiva, pois coragem não lhe falta e ele já provou isto ao enfrentar problemas na sua família e soube como ninguém estar acima dos dramas e tragédias pessoais.

Porém, de uma coisa teremos a certeza, sairá de cena – e espera-se – que jamais tornemos a passar por isso novamente, a estridência, a gritaria, a arrogância, o preconceito e a dissimulação, bem próprias do ex-presidente. Um período a ser lembrado, como o pior da história dos Estados Unidos, protagonizado por um homem detestável que não hesitou um instante sequer em açular seus seguidores(?) contra o sistema político, para tentar se manter no poder.

Que Biden seja abençoado e seu período seja de prosperidade para esta nação e bênçãos para todos indistintamente. A certeza que fica é que teremos no Salão Oval, um homem digno e íntegro a nos governar…

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros

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  1. Materia repugnante. “Viço dos vencedores?” Que vencedor que nada, vencer roubando e’ facil. Eu gostaria de ver ele ser eleito sem essa pandemia, no voto verdadeiro. A votacao pelo correio foi o maior golpe que eles deram. Tudo premeditado.

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