Katie Jordan – a dama dos anéis do karatê rumo a Tóquio 2020

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Anselmo Cassiano, especial para o Jornal dos Sports USA

Dona de sete anéis de campeonatos mundiais de artes marciais (World Martial Arts) a “pequena gigante” Katie Jordan se prepara para o grande desafio da sua vida, a busca da vaga para integrar a delegação dos EUA de karatê nas Olimpíadas de 2020 em Tóquio, já que ranqueada em número 1 na Nova Inglaterra nas modalidades Kata e Armas (Ippone Stilo). É uma atleta multi-estilo com experiência internacional. Katie é a instrutora-chefe do time de Shotokan-Karatê da Harvard University.

Além de ser uma participante ativa em causas sociais voltadas a luta e a cura do câncer, visitando crianças e adultos em hospitais, além de acompanhando pessoas em seções de quimioterapia em momentos tão díficeis da vida, papel de voluntária que Katie exerce com gosto. Formada em Comunicação Corporativa e Empreendedorismo Katie Jordan, é faixa preta 3º dan e tem na sua dieta duas curiosidades brasileiras: brigadeiro e pão de queijo. Nesta reportagem especial, Katie Jordan concedeu esta entrevista exclusiva.

Como iniciou no karatê?
Comecei a treinar aos sete anos por causa de uma festa de aniversário da minha melhor amiga que foi realizada em uma academia de karatê. Desde então me apaixonei pelo esporte.
Qual é o seu sonho?
Meu sonho é ter a minha própria academia nos próximos cinco anos na Nova Inglaterra. Também quero treinar um time que possa competir nacionalmente, que já vou realizar a partir deste ano quando assumi a coordenação do time de karatê da Harvard University. Quero fazer parte da seleção americana feminina de KATA que começa a se preparar para as olimpíadas de 2020 em Tóquio.
Qual é a sua história no karatê e os múltiplos estilos que tem praticado?
Eu tenho praticado por 16 anos o estilo Shotokan, também experimentei karatê com armas conhecido como KUBUDO. Aprecio muito o estilo Shotokan porque não é apenas profundo em tradição mas é um estilo duro em oposição ao outros estilos. O Shotokan possui chutes e bases fortes e sólidas e especialmente porque tem algo que sou apaixonada que são os katas. Sou muito grata ao meu instrutor Shihan Andy Campbell que é faixa preta 6º dan no Maine.
Como instrutora-chefe do time de karatê da Harvard quais são os planos para 2017?
Eu quero continuar o trabalho bem feito pelo Sensei Alisdair Davey e também ter alguns instrutores-convidados para que dessa forma possamos sempre aprender o máximo possível. Está nos planos também levar o time da Harvard para participar de torneios maiores, mais importantes e inter-estilos. Dessa forma não somente o nível evolui como o time adquire mais experiência.
Como o karatê a ajudou nos estudos acadêmicos? 
O karatê vem me ajudando na escola, na universidade com as lições que aprendi desde os sete anos, aprendi muito sobre foco, auto-disciplina, capacidade para falar em público e confiança em debates. As vezes muitas garotas têm dificuldades nessa habilidades.
Alguém mais da sua família pratica artes marciais?
Eu tenho pais incríveis – Anne e Jeff e um irmão mais velho, Rob , meu gato YAZ e um polvo de pelúcia chamado Kassi e eu sou a primeira faixa preta karateca da família. A minha avó Edith se sentiu inspirada e aos 84 anos resolveu experimentar Tai Chi e ela é muito boa.
Quê conselho você dá para quem procura praticar artes marciais?
Enquanto eu particularmente gosto do estilo Shotokan, encorajo as pessoas a experimentarem outras artes marciais para descobrirem o que gostam. Algumas pessoas gostam de lutar no chão e aí talvez o jiu-jitsu seja o mais indicado. Outras pessoas não gostam de kata e somente de golpes e chutes talvez o estilo do Muay Thai ou o Kyokusin possa ser excelente para eles. E importante treinar um estilo que você goste e se sinta confortável.
As crianças e as artes marciais 
Eu acho que é muito importante para as crianças aprenderem arte marcial. Muitos vão experimentar, outros vão permanecer por meses e apenas poucos ficaram por 10, 15 anos ou mais. Se você tem um bom professor e uma boa academia que se preocupe em ensinar para as crianças disciplina, confiança e principalmente respeito. O que para ser honesto é algo que eu acho que é mais importante agora do que nunca, porque parece haver uma falta grave tanto com a minha geração e a geração vindoura sobre esse valor. Outro aspecto relevante no karatê e que ninguém fica no banco de reservas, em outros esportes as crianças podem ser cortadas do time ou não terem tempo de jogo suficiente nas partidas. Todas as crianças no karatê tem a chance de participar e ser parte de algo.
Qual a sua carga de treino semanal?
Entre ensinar e treinar e quando eu estou no meio da temporada de torneios geralmente estou no tatame por seis dias na semana.
O que esperar da Katie Jordan 2017?
E ensinar e desenvolver meus estudantes. E no plano pessoal quero buscar competir nos torneios em nível nacional para buscar uma vaga na seleção americana de karatê. OSSU!

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Os anéis de Katie Jordan. Fotos: arquivo pessoal

Mapa dos anéis
Katie Jordan, conquistou dois anéis no jogos mundiais na Inglaterra; um no País de Gales; um na Irlanda e três nos EUA – sempre em primeiro lugar nas três categorias possíveis Kata, Kumite e Defesa Pessoal. Na competição em Dublin na Irlanda ainda conquistou a maior honra do torneio o Prêmio Chris Canning, nome de um antigo de lutador que perdeu a vida ao defender amigos em uma luta de rua.

Reportagem publicada originalmente no Jornal dos Sports USA

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