Lula ou Bolsonaro?

Lula ou Bolsonaro? Quem governará o Brasil?

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No domingo, 2 de outubro, quando o Tribunal Superior Eleitoral anunciar o resultado do 1º turno, o Brasil e o mundo saberão se o ex-presidente Luiz Lula Inácio Lula da Silva ganhou com 50% mais um dos votos válidos, ou se teremos o 2º turno no domingo, 30 de outubro.

Como chegamos até aqui? Lula já foi presidente do Brasil por dois mandatos e é um dos mais importantes políticos brasileiros de todos os tempos. Nos seus períodos de presidência, o Brasil viu um aumento considerável da corrupção, e o próprio Lula foi acusado de crimes, julgado e preso por 580 dias, até que fosse solto e seus processos fossem anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por irregularidades processuais. Muita gente pensa e acha que Lula foi inocentado pelo TSE, o que não é verdade. Grande parte dos problemas do PT foi a união com o Centrão, o mesmo grupo político que atualmente dá sustentação ao atual presidente da república.

Lula representa a esquerda, para pesadelo de quem acha que o Brasil será dominado pelo socialismo e que se tornará uma nova Cuba ou até mesmo a falida e esfomeada Venezuela. Aliás, o Brasil nunca foi e jamais será comunista e quem pensa que sim, precisa estudar história.

Lula tem sido perguntado sobre a corrupção do seu governo e da presidente Dilma Rousseff e tergiversa nas respostas, sem fazer um mea culpa dos problemas do PT, de quem é fundador e principal nome por décadas. 

Com Lula preso na eleição passada, Jair Bolsonaro, um obscuro deputado que por 27 anos foi um mero figurante na Câmara dos Deputados, soube como ninguém capitalizar o sentimento anti-PT e anti-Lula e nadou de braçada nas redes sociais, que foi sim a principal responsável por sua eleição, incluíndo aí o atentado sofrido em Juiz de Fora na campanha presidencial.

Assessorado e monitorado pelos filhos Flávio, Carlos e Eduardo, Bolsonaro nunca enganou ninguém e sempre foi o que é. Sempre defendeu a ditadura, sempre defendeu tortura e o funesto torturador coronel Brilhante Ulstra. Sempre foi homofóbico, machista, misógino, mal educado, anti-ideologia de gênero e tudo o que representa o bom senso. Combate como poucos o globalismo e isolou o Brasil diplomaticamente. 

Além das intensas ameaças golpistas, Bolsonaro viveu o tempo todo do seu governo em permanente conflito com o STF e alguns dos seus ministros, além de colocar em dúvida o processo eleitoral brasileiro e as urnas, um sistema no qual jamais teve qualquer fraude comprovada.

O jeito bronco e grotesco de Bolsonaro, arrastou milhões de pessoas que se identificam com ele e são capazes de dar a vida por ele. Isto provocou uma polarização jamais vista no Brasil. Polarização que se transformou em intolerância a ponto de provocar mortes e inimizades com familiares, incluindo aí pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos e netos. Amizades de anos foram rompidas e sem qualquer possibilidade de se reatadas um dia.

Há quem defenda Bolsonaro com xingamentos, ofensas e impropérios e muita arrogância. As redes sociais transformaram-se em verdadeiros campos de batalha de mentes possuídas pela intolerância.

O país presenciou o desdém com que Bolsonaro tratou a pandemia de Covid-19, com mais de 600 mil mortes. Bolsonaro ‘receitou’ remédio sem comprovação científica para combater o coronavírus, tirou onda com doentes, profetizou que tomasse a vacina poderia virar jacaré, entre outros disparates, todos devidamente aplaudido por gente que pensa como ele.

Cenas de milhares de pessoas revirando o lixo e comprando ossos e pele de frango para comer, chocaram pela crueldade e indiferença. A educação com Bolsonaro viu o nível do ensino cair a níveis jamais vistos e a inflação há muito controlada foi à estratosfera.

Para escapar das centenas de pedidos de impeachment, Bolsonaro entregou o seu (des)governo nas mãos do Centrão e deu a Arthur Lira uma montanha de dinheiro, ao qual chamou de ‘orçamento secreto’. Cooptou evangélicos e denominações inteiras em quem incutiu o medo e o pavor da esquerda. 

Tem também a tendência ao fascismo e o seu fascínio pelo totalitarismo e truculência.

A partir de domingo, começa a ser traçada uma nova linha do tempo para o Brasil. Qual será a opção do eleitor? Lula ou Bolsonaro? Se Lula vencer, terá de primeiro unificar e pacificar o país mostrando que todos somos brasileiros acima de tudo e isto será vital para nosso futuro como nação. Se for Bolsonaro o vencedor, teremos a continuidade da estridência, da intolerância, da polarização, do avanço do totalitarismo e do fascismo.

Quem viver verá…

Ah, sim, não ofenda e nem xingue quem pensa e vota diferente de você. E viva a democracia…

Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira é jornalista profissional e foi editor da Liberdade Magazine, da Refletir Magazine, do RefletirNews, dos jornais A Notícia e Metropolitan, do JS News e jornalista da Rede ABR - WSRO 650 AM. Foi articulista e editorialista do National Brazilian Newspaper, de Newark, New Jersey. É detentor de prêmios importantes tais como o Brazilian Press Awards e NEENA - New England Ethnic Newswire Award entre outros